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Remédio é utilizado no tratamento contra lúpus e artrite reumatoide. Testes terão três etapas com pacientes em estado leve, médio e grave

A hidroxicloroquina, remédio utilizado no tratamento de pessoas com lúpus e artrite reumatoide, está em testes em diversos países do mundo para que seja comprovada sua eficácia no tratamento de coronavírus. No Brasil, pesquisadores do Hospital Israelita Albert Einstein, HCor, Sírio Libanês e BRICNet, se uniram para realizar um estudo no país, envolvendo mil pessoas.

Chamado de Coalizão Covid-19 Brasil I, primeira fase do estudo, pacientes com coronavírus que não estão em estado grave, mas sentem falta de ar leve, febre e tosse persistente testarão medicamentos. 600 pessoas serão testadas em três estratégias. Um grupo receberá hidroxicloroquina com azitromicina. O outro grupo receberá apenas hidroxicloroquina. Os demais, apenas as terapias já usadas para controlar os sintomas.

Já o Coalização Covid-19 Brasil II é o que irá iniciar primeiro os testes. Serão 440 pacientes de maior gravidade e que necessitam de ajuda com oxigênio. Eles estão em unidades semi-intensiva ou intensiva. Este grupo será divido em dois. Um receberá terapia combinada, enquanto o outro receberá apenas hidroxicloroquina. Como a gravidade é maior, todos farão uso de medicamentos. O Coalização Covid-19 Brasil III avaliará a efetividade do dexametasona, um anti-inflamatório, em 284 pacientes com insuficiência respiratória grave e que precisam do ventilador mecânico para respirar.

Otávio Berwanger, diretor de pesquisas clínicas do Hospital Israelita Albert Einstein, explicou a diferença entre a hidroxicloroquina e a cloroquina. “São medicamentos com composições diferentes, mas parecidos em benefícios clínicos, explicou em entrevista à UOL. De acordo com ele, a hidroxicloroquina foi a escolhida porque o tempo de ação e perfil de segurança são aparentemente mais apropriados para testes em pacientes.

“O projeto foi montado em tempo recorde”, informou Berwanger, que disse que os testes irão iniciar nos próximos dias. A expectativa é que os resultados saiam em aproximadamente dois meses. Os médicos também buscam se atualizar com literatura médica e contato com pesquisadores estrangeiros. São cerca de 70 hospitais envolvidos, de todas as regiões do Brasil. Para o médico, apesar de não saber a eficácia dos remédios, a equipe está bastante otimista. “Estamos na mesma altura de outros países, talvez até um pouco à frente. Nossos resultados podem ajudar o mundo todo, temos confiança de que o Brasil será útil.