O médico britânico Chris Van Tulleken conduziu uma experiência pessoal ao ingerir alimentos ultraprocessados durante quatro semanas para observar os efeitos no corpo e na mente. Ele compartilhou a experiência em livro: “Gente Ultraprocessada“, lançado recentemente no Brasil.

Durante o experimento, Tulleken consumiu 80% de suas calorias diárias a partir de alimentos como refeições congeladas, biscoitos, sorvetes e refrigerantes. Seu objetivo era entender se esses produtos realmente causavam os prejuízos à saúde amplamente discutidos pela comunidade científica.

Ao longo das semanas, o médico notou uma série de problemas. Na segunda semana, começou a acordar várias vezes durante a noite, resultado do excesso de sódio que o fazia sentir mais sede. A partir daí, surgiram sintomas como constipação, hemorróidas, sono de baixa qualidade, irritação e cansaço extremo.

Chris Van Tulleken, médico | Foto: Redes Sociais

No final do experimento, Tulleken havia ganho seis quilos e relatava uma sensação de envelhecimento precoce. Ele descreveu que, além dos danos físicos, seu apetite e saciedade foram desregulados, criando um ciclo vicioso de vontade de continuar comendo esses alimentos, mesmo sabendo de seus efeitos prejudiciais.

Tulleken concluiu que a indústria de ultraprocessados investe em diversas estratégias, desde o design das embalagens até o pagamento de influenciadores, para incentivar o consumo crescente desses produtos. Segundo ele, a dificuldade em reduzir o consumo não é uma falha pessoal, mas sim uma consequência intencional dessas estratégias de mercado.

Leia também Meta demite funcionário com salário de R$ 2 milhões por usar vale-refeição para comprar pasta de dente e chá;