MEC autoriza instituto da J&F a abrir faculdade

19 abril 2024 às 11h18

COMPARTILHAR
O Instituto J&F, liderado por Joesley Batista, recebeu autorização do Ministério da Educação (MEC) para abrir uma faculdade e oferecer cursos universitários. A nova instituição será chamada Faculdade J&F. A autorização foi concedida pelo ministro da Educação, Camilo Santana, e publicada no Diário Oficial da União na última quinta-feira, 11, após um longo processo que tramita desde 2021.
O instituto, com 15 anos de atuação e 1.067 alunos, já oferecia cursos de educação básica e ensino médio. O pedido para se tornar uma instituição de ensino superior (IES) foi apresentado ao MEC em outubro de 2021, durante o governo de Jair Bolsonaro. Somente agora, no governo Lula, a autorização foi concedida.
O primeiro curso da Faculdade J&F será de gestão comercial, com 150 vagas e duração de dois anos, com aulas à distância. Após o estabelecimento do primeiro curso, estão previstos outros oito cursos, incluindo produção industrial, varejo, finanças, processos gerenciais, tecnologia da informação, análise e desenvolvimento de sistemas, marketing e educação corporativa.
Quem é Joesley Batista
Joesley Batista é um empresário brasileiro, conhecido por ser um dos irmãos Batista, donos da JBS, uma das maiores empresas de processamento de carne do mundo. Ele e seu irmão, Wesley Batista, assumiram o controle da empresa fundada por seu pai, José Batista Sobrinho, e a expandiram significativamente ao longo dos anos.
Joesley Batista ganhou destaque na mídia em 2017, quando sua empresa esteve envolvida em um grande escândalo político no Brasil, relacionado a delações premiadas que implicaram várias figuras políticas importantes em casos de corrupção. A JBS foi um dos alvos da Operação Lava Jato, que desmantelou uma extensa investigação de corrupção no Brasil.
Um dos aspectos mais notáveis da investigação foi o acordo de delação premiada feito por executivos da JBS, incluindo Joesley Batista, com os procuradores da Lava Jato. Esse acordo implicou muitos políticos proeminentes em esquemas de corrupção, incluindo o então presidente Michel Temer e outros líderes políticos importantes.
A JBS também foi acusada de subornar funcionários do governo e partidos políticos em troca de favores e influência política. Além disso, houve investigações sobre empréstimos obtidos pela JBS junto ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que levantaram suspeitas de irregularidades e favorecimentos.