Peemedebista da velha-guarda do PMDB diz não se preocupar com eventual crescimento de Gomide e Vanderlan e que vigorará a conhecida polarização com o PSDB

Mauro Miranda: "“O que o Marconi vai mostrar como positivo ao eleitor? As obras que ele está entregando, o asfalto das rodovias. Isso é que algo que Iris já fazia desde 1983. O Iris não é velho para a política se olharmos por este enfoque" | Foto: Reprodução Leandro Vieira
Mauro Miranda: “O que o Marconi vai mostrar como positivo ao eleitor? As obras que ele está entregando, o asfalto das rodovias. Isso é algo que Iris já fazia desde 1983. O Iris não é velho para a política se olharmos por este enfoque” | Foto: Reprodução Leandro Vieira

Integrante do grupo de coordenação da campanha de Iris Rezende (PMDB) ao governo de Goiás, o ex-senador peemedebista Mauro Miranda demonstrou, em entrevista ao Jornal Opção Online nesta terça-feira (8/7), que está afiado para rebater críticas durante o período eleitoral. Ele nega ser o comandante da campanha irista, que também conta com o deputado federal Sandro Mabel e o deputado estadual Samuel Belchior, presidente estadual da sigla. “São várias áreas para serem trabalhadas, hoje em dia tudo exige muito trabalho”, analisa Mauro.

O ex-senador conta que está encarregado, neste primeiro momento, pela adaptação da área do comitê político da chapa PMDB-DEM-Solidariedade, situado na Avenida 85, próximo ao campo do Goiás. A campanha nas redes sociais, segundo ele, deve ficar com Sandro Mabel, que cuidará de uma equipe de profissionais que está sendo contratada. “Nos reunimos a cada cinco minutos, o trabalho começou”, afirma.

E foi ao ser perguntado sobre os números das pesquisas mais recentes (Serpes e Fortiori) que Mauro Miranda passou a demonstrar que nada passará despercebido ou sem resposta durante a campanha. Na análise do político, o aparente aumento de intenções de votos de Marconi Perillo (PSDB) ante Iris Rezende não quer dizer muito quando se presta atenção no porcentual de indecisos (mais de 60% em ambos os levantamentos), além da rejeição ao tucano, que segue a maior –– seguida de perto pelo peemedebista, vale frisar.

Levado pela reportagem a comentar a situação do petista Antônio Gomide e do pessebista Vanderlan Cardoso, que têm menos rejeição e apostam nisso para avançar sobre os indecisos, Mauro Miranda avaliou que eles não são motivo de preocupação. “O índice de voto deles é bem menor. Vai se repetir a polarização [entre PMDB e PSDB].” Neste sentido, o coordenador de marketing de Iris, o publicitário Luiz Felipe Gabriel, garantiu hoje à reportagem que as pesquisas internas apontam “empate técnico absoluto com o tucano”.

Batido discurso do velho x novo

Quanto ao argumento da base aliada de que a candidatura de Iris Rezende é ultrapassada pelo fato de o peemedebista ter 80 anos e, segundo pregam, não estar a par da modernidade iniciada em Goiás com as gestões marconistas, Mauro Miranda remeteu ao líder sul-africano Nelson Mandela para retrucar. “O Mandela é referência mundial, e ele morreu aos 93 anos. Nada mais atual hoje que a política humanitária pregada por ele lá atrás, com a política da tolerância, pelo não preconceito, de conciliação entre lados opostos”, divagou. Em seguida disse que é se espelhando em ações políticas do passado que o atual governo realizará a campanha pela reeleição.

“O que o Marconi vai mostrar como positivo ao eleitor? As obras que ele está entregando, o asfalto das rodovias. Isso é algo que Iris já fazia desde 1983. O Iris não é velho para a política se olharmos por este enfoque. O discurso entre velho e novo é excludente e depreciativo.” Para o ex-senador, ao colocar-se como republicano, por exemplo, Marconi Perillo não se destaca como diferente dos discursos adotados pelos petistas Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.

Embora sempre digam que buscarão uma campanha focada em propostas e não em ataques, os candidatos e seus aliados, sempre que podem, recorrem às depreciações. Perguntado sobre o que de concreto a chapa peemedebista apresentará ao eleitor, Mauro Miranda afirmou que estudos quantitativos e qualitativos estão em andamento. “Segurança pública e energia elétrica nortearão esta campanha”, aposta o peemedebista, que na sequência citou dados recentes do aumento dos números de homicídios na capital e região metropolitana e também a situação de moradores no interior do Estado que enfrentam problemas no abastecimento de energia. “Precisamos retomar a autoestima do povo goiano”, finaliza.