Maria Macaca: a mulher que matava a sede da Cidade de Goiás

Documentário foi ovacionado no Cinemão, na noite desta sexta-feira (14/8), durante mostra competitiva do festival

Sarah Teófilo
Da Cidade de Goiás

A mostra competitiva do Festival Internacional de Cinema Ambiental (Fica), na noite desta sexta-feira (14/8), encheu o Cinemão, no Colégio Sant’Ana, na Cidade de Goiás. O primeiro filme, ovacionado pelo público, foi Maria Macaca, que conta a história de Maria do Rosário Gonçalves, uma mulher levava água para os moradores da antiga Vila Boa dentro de uma lata equilibrada na cabeça.

O curta-metragem, dirigido pelo goiano Lázaro Ribeiro, estreou em abril deste ano na cidade. A narração é de dona Nesci — falecida no último mês de julho –, neta de Maria, que conta a vida difícil de sua avó, uma carregadeira d’água que saía alegre pelas ruas de Goiás, cantando e levando água para a população.

Dona Nesci explica as dificuldades de se obter água na época e que a avó tinha consciência da importância da água. “Não era igual agora; não tinha água encanada”, e lembrou do fim da vida da avó: “Quando ela morreu, choveu sem parar durante o enterro. Depois, devagarzinho, foi diminuindo até parar.”

No documentário, a atriz Elisa Lucinda interpreta Maria Macaca. O filme é uma realização do Ponto de Cultura Imagem da Memória, da cidade de Goiás, por meio da companhia Express’arte.

Além do filme, muito bem recebido pelo público, teve também na mostra de sexta-feira os documentários goianos “Girassol de Plástico” — sobre a vida dos rios, que recebem dejetos de indústrias que não se preocupam com seus lixos — e “Babilônia”, que conta a história do comendador Joaquim Alves e a conhecida fazenda Babilônia, em Pirenópolis; o documentário paulista “Matias”, sobre um homem rural e sua relação com a natureza; e por fim, duas animações, “Galus Galus” e “The Thirsty Crow” (O corvo sedento).