Marconi Perillo joga pesado em Pirenópolis, Palmeiras, Uruaçu e Valparaíso

11 outubro 2020 às 00h01

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Possível candidato a deputado federal em 2022, o ex-governador está tentando remontar as bases do PSDB

Costuma-se sugerir que, no fundo do poço da política, há molas — pequenas, médias e grandes. Há políticos que, depois da debacle, voltam mais cedo, há aqueles que demoram a voltar e há os que não voltam jamais. O ex-governador Marconi Perillo, do PSDB, quer retornar à vida política, pública. Porém, pragmático, não vai fazê-lo de maneira atabalhoada. Ele vai consultar pesquisas quantitativas e, sobretudo, qualitativas — entre 2021 e 2022 — e, se sua rejeição tiver caído, tende a ser candidato a deputado federal (frise-se que, dependendo das pesquisas, pode ficar quieto por mais um tempo). Mandato de governador, aliados admitem, não vai disputar em 2022. Também não vai disputar mandato de senador, porque só há uma vaga, e a disputa é muito acirrada. A tendência, se disputar, é mesmo mandato de deputado federal. Frise-se que o ex-governador tem 57 anos. Em 2026 — portanto, depois da eleição majoritária de 2022 —, o tucano terá apenas 63 anos.

No momento, Marconi Perillo está fazendo aquilo que gosta de fazer: articulando candidaturas nos municípios. Por causa da pandemia, articula mais por telefone. Mas chega a participar da montagem das chapas. Em Pirenópolis, bancou o candidato a prefeito, André Pio — que estava escapando para o MDB —, e também a vice, Helga Jaime de Oliveira. Se Nivaldo Melo for excluído do páreo, porque tem condenação em segunda instância, André Pio passa a ser o favorito. O prefeito João do Léo, do Democratas, está muito mal avaliado.

Em Uruaçu, Marconi Perillo atua para tentar garantir a reeleição do prefeito Valmir Pedro, do PSDB. Os dois são muito ligados. Quem faz a ponte entre eles é Eliane Pinheiro, ex-deputada estadual. O gestor municipal considera o ex-governador como seu principal conselheiro. No momento, está sob perigo, assistindo a ascensão de Azarias Machadinho, do Democratas. Mas seus aliados acreditam que ainda tem “gordura” para “queimar”.
Marconi também está altamente empenhado na campanha do prefeito Vando Vitor (PSDB), de Palmeiras de Goiás. Os dois se falam com frequência e o capital político do ex-governador ainda é alto na cidade. O principal adversário do gestor municipal, Alberane Marques, do Republicanos, tem feito críticas contundentes tanto a Vando Vitor quanto a Marconi Perillo. No passado, Alberane foi um dos aliados mais fiéis do ex-governador. Agora, é uma das pedras no seu sapato.

Em Valparaíso, Marconi Perillo trava uma queda de braço com o deputado federal Célio Silveira, por quem não tem apreço (e com quem deve rivalizar, em 2022, na disputa por um mandato de deputado federal), por considerar que, hoje, o parlamentar, embora continue filiado ao PSDB, “pertence” à base política do governador Ronaldo Caiado, do Democratas. Na verdade, o tucano é mais ligado ao presidente do MDB, Daniel Vilela.
No município, Célio Silveira não apoia a candidata do PSDB a prefeita, Lêda Borges — que os adversários chamam de “uma Bórgia no Cerrado” (a velha maldade gratuita da política — uma grosseria descabida). A deputada estadual é bancada diretamente por Marconi Perillo. Já Célio Silveira apoia a reeleição do prefeito Pábio Mossoró, do MDB — o favorito segundo duas pesquisas do instituto Real Time Big Data. As pesquisas foram divulgadas pela TV Record de Brasília.

Em Porangatu, embora não tenha aprovado a saída do prefeito Pedro Fernandes, que trocou o PSDB pelo Progressistas, Marconi Perillo decidiu apoiá-lo.
Aos trancos e barrancos, com o apoio de Vivaldo Guimarães, Marconi está tentando remontar parte das bases políticas do PSDB. Mas não tem candidatos competitivos nas principais cidades de Goiás. Na capital, seu candidato, Talles Barreto, é “traço” nas pesquisas — atrás de quase todos os postulantes e empatado com candidatos inexpressivos. Em Anápolis, seu candidato, João Gomes, figura entre os lanternas. Em Aparecida de Goiânia, cidade com o segundo maior eleitorado de Goiás, e em Luziânia, município com o maior eleitorado do Entorno de Brasília, o tucanato nem sequer tem candidato. Em Rio Verde, cidade mais próspera do Sudoeste goiano, o PSDB lançou um garoto de 21 anos, Clailton Filho, que, como o postulante de Goiânia, também é praticamente traço.