“Sem corporativimos e da maneira mais célere possível”, governador se comprometeu a investigar possíveis crimes de abuso de autoridade e injúria racial por policial

Foto: Divulgação

O governador Marconi Perillo (PSDB) se reuniu nesta segunda-feira (13/11) com 21 vereadores da capital para tentar resolver o impasse criado entre o Legislativo da capital e a Polícia Militar, depois que o vereador Vinícius Cirqueira (Pros) foi levado preso na última sexta-feira (10), após uma abordagem policial.

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Do tucano, os parlamentares ouviram o compromisso de que o governo do Estado e o comando da Polícia Militar irá trabalhar para apurar qualquer desvio de conduta por parte dos policiais que abordaram Vinícius, “sem corporativimos e da maneira mais célere possível”.

Estiveram presentes na reunião o vice-governador José Eliton (PSDB), o secretário interino de Segurança Pública, Coronel Edson Costa, e o comandante geral da PM, Coronel Divino José Alves. Todos eles também se comprometeram a apurar o caso e adiantaram que o agente que teria agredido o parlamentar já foi afastado de suas funções.

Por meio da abertura de uma sindicância, a corporação pretende averiguar se o policial cometeu os crimes de abuso de autoridade e de injúria racial.

O caso

Vinicius Cirqeira e o também vereador GCM Romário Policarpo (PTC) foram parados por uma blitz da PM, na última sexta-feira, e teriam se recusado a sair do veículo.

Durante gravação feita pelo vereador Policarpo é possível ver que policiais agridem Vinícius Cirqueira, que é vice-presidente da Câmara Municipal de Goiânia. Um dos militares ainda ameaça tomar o celular de Policarpo durante a filmagem.

Segundo a PM, Vinícius se recusou a cumprir a ordem dos agentes durante a blitz e, por isso, acabou preso por desobediência.

Policarpo conta, entretanto, que foi vítima de racismo durante a abordagem. “Para [o carro] que tem dois negrinhos do olho vermelho. Pode revistar o carro inteiro”, teria dito um agente.

De acordo com o parlamentar, o vereador Vinícius foi detido por desobediência após apenas questionar o motivo da ofensa. “Talvez tenha sido um dos momentos mais humilhantes da minha vida. Sou negro e sempre tive orgulho disso”, declarou, durante entrevista coletiva.