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Acompanhado do senador Cristovam Buarque (PDT-DF), governador de Goiás afirmou que União precisa implantar, efetivamente, a “Pátria Educadora”

Governador concedeu entrevista ao lado do prefeito de Catalão, Jardel Sebba, e o deputado Gustavo Sebba (ambos do PSDB) | Foto: Mantovani Fernandes
Governador concedeu entrevista ao lado do prefeito de Catalão, Jardel Sebba, e o deputado Gustavo Sebba (ambos do PSDB) | Foto: Mantovani Fernandes

O governador Marconi Perillo (PSDB) afirmou que a educação é a arma mais poderosa para mudar o mundo. “Só a educação pública de qualidade é capaz de se constituir num instrumento eficaz para reduzir desigualdades e ampliar o leque de oportunidades”, afirmou o tucano-chefe durante a 5ª edição do Agenda Goiás, em Catalão.

Acompanhado do prefeito Jardel Sebba e do deputado estadual Gustavo Sebba (ambos do PSDB), Marconi afirmou que uma das primeiras pessoas a lhe ensinar a importância da educação foi sua mãe, Maria Pires Perillo, para quem a “única herança que gostaria de deixar para os filhos era a educação”.

Participou do evento, ainda, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) — um dos maiores especialistas na área — que, antes de se eleger governador do Distrito Federal, foi o reitor da Universidade de Brasília (UnB), eleito pelo voto direto da comunidade universitária.

Marconi destacou que quando se elegeu ao Palácio das Esmeraldas pela primeira vez, em 1999, apenas 27% dos professores goianos tinham curso superior. O governo estadual estimulou a qualificação e hoje são quase 100%. “Inserimos inúmeros cursos de formação continuada de professores”, declarou.

Segundo o tucano, três medidas foram decisivas para a Educação goiana avançar: eleição direta para diretores, transferência direta de recursos para a merenda escolar e reformas na estrutura física das escolas, além do Pacto pela Educação, que fez Goiás galgar o primeiro lugar no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).

A transferência direta de recursos proporcionou, assinalou o governador, economia importante para os cofres do Estado. “Poderíamos ter tido um gasto de R$ 500 milhões e investimos cerca de R$ 130 milhões”, completou.

Marconi afirmou que o governo federal precisa efetivamente criar as condições para que o Brasil seja verdadeiramente uma “Pátria Educadora”. E dois temas, na avaliação dele, estão na ordem do dia: a federalização da educação básica, como defende o senador Cristovam Buarque, e a construção de escolas de tempo integral.

“O grande problema é o financiamento”, ponderou, ao acrescentar que as 20 escolas de tempo integral em Goiás foram destaque no Ideb. “A União não pode fugir da responsabilidade de ser um grande coordenador nacional de políticas para a Educação”, defendeu.

Ao falar da relação receita-despesa, o tucano sublinhou que 75% de todos os impostos que os goianos pagam são destinados ao custeio da máquina e a realidade no Brasil é que uma minoria ganha quase tudo o que se paga em termos de salários. “90% da folha vão para 10% de servidores”, ponderou.

Pelas parcerias

Senador e ex-ministro da Educação, Cristovam Buarque (PDT-DF) foi um dos palestrantes do evento | Foto: Mantovani Fernandes
Senador e ex-ministro da Educação, Cristovam Buarque (PDT-DF) foi um dos palestrantes do evento | Foto: Mantovani Fernandes

Com o tema Educação, o seminário apresentou como palestrastes o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) e a consultora Wanessa Ferreira, especialista em experiências na implantação do modelo charter-schools na Educação e uma das formuladoras do Pacto pela Educação, apresentado no ano passado pelo governo estadual.

O senador do DF sustentou que Goiás não pode perder a oportunidade de testar o sistema de Organizações Sociais (OS) na Educação. “É uma experiência que merecer ser testada”, disse Cristovam, que é ex-ministro da Educação e defensor do modelo público e gratuito.

Segundo o senador, é preciso acabar com o estigma de que “tudo que é público é sinônimo de Estado e tudo que é privado é sinônimo de lucro”. Para ele, é importante que novos alternativas sejam discutidas na Educação e uma delas é o sistema de gestão por meio de Organizações Sociais.

Ele citou como exemplo uma escola do estado de Espírito Santo, cujo governo estadual alugou um prédio privado para sua instalação, porque na época não contava com recursos em caixa para construí-la. “O prédio está limpo, é gratuito, então é público”, arrematou Cristovam.