Março tem estabilidade nas vendas do varejo, diz IBGE

08 maio 2024 às 15h24

COMPARTILHAR
No último mês, as vendas no varejo nacional mantiveram-se estáveis, indicando continuidade em relação ao período anterior, conforme apontado pela Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Após alcançar um patamar recorde em fevereiro, o setor permaneceu nivelado em março de 2024. No acumulado do ano, registrou-se um crescimento de 5,9%, enquanto nos últimos 12 meses, a alta foi de 2,5%.
A média móvel trimestral também apresentou um incremento de 1,2% no trimestre finalizado em março. Em comparação com o mesmo período do ano anterior, o varejo registrou um crescimento de 5,7%.
No entanto, no segmento do comércio varejista ampliado, que engloba diversas atividades além do varejo tradicional, como veículos, materiais de construção e atacado de produtos alimentícios, houve uma variação negativa de 0,3% entre fevereiro e março. Comparado a março de 2023, esse segmento registrou uma queda de 1,5%.
Analisando as atividades dentro do varejo, destaca-se que sete das oito pesquisadas apresentaram resultados negativos em março. O gerente da pesquisa, Cristiano Santos, destaca, entretanto, que houve predominância de grupos que ficaram estáveis.
“Das oito atividades do varejo, quatro tiveram taxa com sinal negativo, mas que também são consideradas estáveis estatisticamente. Isto é, ficaram entre de 0% e -0,5%. Contando o varejo ampliado, foram cinco de dez” explica.
Escritório, informática e comunicação
O grupo de Equipamentos e Material para Escritório, Informática e Comunicação teve a maior queda, recuando 8,7% em comparação com fevereiro. Este declínio é atribuído tanto a um efeito rebote quanto à recente valorização do dólar.
“É algo muito influente nesse setor por conta das importações. Sempre que o dólar sobe em relação ao real, naturalmente há um aumento de preços que acaba afugentando a demanda neste grupo”, justifica o pesquisador.
Outro setor que registrou uma queda significativa foi o de Móveis e Eletrodomésticos, com uma redução de 2,4% em suas vendas. “Como o setor teve um Natal menos intenso, acabou apostando no aumento de promoções, que fortaleceu as vendas nos meses de janeiro e fevereiro. Com essa base mais alta, em março a pesquisa registrou esse rebatimento”, detalha Cristiano.
Outras atividades com queda foram Livros, jornais, revistas e papelaria (-1,1%) e Combustíveis e lubrificantes (-0,6%). Com taxa negativa, mas estatisticamente estáveis ficaram os setores de Tecidos, vestuário e calçados (-0,4%), Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,3%) e Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-0,1%).
Desempenho positivo
No entanto, nem todas as atividades tiveram desempenho negativo. Artigos Farmacêuticos, Médicos, Ortopédicos e de Perfumaria apresentaram um aumento de 1,4% em março, contribuindo para compensar as quedas em outras áreas menos impactantes.
“Além disso, é um crescimento em cima de uma alta ainda mais forte, em fevereiro. E com a diferença que é um resultado mais ancorado em higiene pessoal, como cosméticos e perfumaria, do que em saúde e produtos farmacêuticos, como aconteceu em fevereiro”, afirma o pesquisador.
Em março deste ano, as vendas no varejo registraram um avanço de 5,7% em comparação com o mesmo período do ano anterior. No entanto, cinco das oito atividades analisadas apresentaram recuo: Livros, jornais, revistas e papelaria (-16,2%), Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-12,4%), Combustíveis e lubrificantes (-4,9%), Móveis e eletrodomésticos (-4,0%) e Tecidos, vestuário e calçados (-0,9%).
Por outro lado, os três setores que apresentaram crescimento foram Outros artigos de uso pessoal e doméstico (13,1%), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (11,4%) e Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (8,6%).
O setor de Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo mostrou-se especialmente robusto, registrando oitavo mês consecutivo de resultados positivos, exercendo uma influência significativa no indicador geral, contribuindo com 4,6 pontos percentuais do total de 5,7%.
Já o grupo de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria manteve uma sequência de 13 meses consecutivos de crescimento, representando a segunda maior influência positiva no mês de março, contribuindo com 1,2 pontos percentuais para o total do varejo.
Comércio varejista ampliado
No contexto do comércio varejista ampliado, observou-se uma queda em Material de construção (-9,4%) e Atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo (-23,0%), enquanto a atividade de Veículos e motos, partes e peças apresentou um aumento de 1,8% na mesma comparação.
Ao comparar março de 2024 com fevereiro de 2024, constatou-se resultados positivos em 16 das 27 Unidades da Federação (UFs), com destaque para Sergipe (3,7%), Bahia (3,1%) e Rio Grande do Sul (2,1%). Entre as 11 UFs com taxas negativas, Mato Grosso (-11,2%), Pará (-2,6%) e Tocantins (-1,4%) se destacaram negativamente.
No que diz respeito ao comércio varejista ampliado, 25 das 27 UFs apresentaram crescimento ao comparar março de 2024 com o mesmo período do ano anterior, com resultados expressivos no Amapá (13,4%), Bahia (11,1%) e Paraíba (10,0%).
As duas UFs que registraram retração foram Espírito Santo (-2,8%) e Mato Grosso (-1,6%), contribuindo para um resultado negativo em 14 UFs para o comércio varejista ampliado.
Leia também: