Márcio Corrêa diz que Anápolis está “no Serasa do ponto de vista fiscal” e elenca as ações que estão sendo tomadas para equilíbrio financeiro

30 junho 2025 às 18h26

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O prefeito de Anápolis, Márcio Corrêa (PL), disse nesta segunda-feira, 30, que a situação fiscal do município é crítica e comparável à de uma inadimplente na “lista do Serasa”, devido ao alto índice de endividamento herdado da gestão anterior. Segundo o prefeito, Anápolis lidera o ranking de déficit fiscal entre os municípios goianos em 2024 e figura na 25ª posição entre os mais de 5.500 municípios brasileiros com pior desempenho fiscal.
“Infelizmente, a gestão anterior não teve responsabilidade fiscal e quebrou a prefeitura. Deixou um endividamento, um empréstimo que chega a R$ 1,5 bilhão. Um calote a fornecedores de mais de R$ 100 milhões, deixando o município na pior situação de todo o estado”, declarou Corrêa.
O prefeito lamentou que, por conta da situação financeira herdada, a cidade não consiga renegociar dívidas nem obter aval do Tesouro Nacional para novos empréstimos. No entanto, afirmou que sua gestão tem atuado com responsabilidade e já conseguiu realizar cortes significativos nos gastos públicos. “Foram R$ 60 milhões de economia só nos primeiros quatro meses, com o corte de contratos, regalias e cargos comissionados desnecessários”, afirmou.
Apesar do cenário de escassez, Márcio destaca que algumas obras foram retomadas com recursos próprios. “Estamos finalizando o viaduto do Recanto do Sol sem recorrer a novos empréstimos. Não posso continuar com o erro de pegar empréstimo a juro alto sem ter condições no futuro de fazer o pagamento”, disse.
Na área da saúde, o prefeito ressaltou a ampliação das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e prometeu inaugurar novas unidades nos próximos meses. Já na educação, garantiu que até agosto serão criadas mais de 2 mil vagas para a educação infantil, visando atender à alta demanda do município.
Corrêa também defendeu ações voltadas ao fortalecimento da economia local, como a criação do “Alvará Rápido” e do “Alvará Unificado”, iniciativas que, segundo ele, visam facilitar o ambiente de negócios em Anápolis. “Precisamos pensar Anápolis a curto, médio e longo prazo, melhorando o ambiente para quem quer investir e empreender na cidade. Com isso, vai aumentar a arrecadação e gerar oportunidades”, afirmou.
Greve do transporte coletivo
Em meio à crise fiscal, Anápolis também amanheceu com a paralisação do transporte coletivo, movimento liderado por motoristas em reivindicação por salários e melhores condições de trabalho. Márcio Corrêa afirmou que foi pego de surpresa pela greve, mas garantiu que o município está em diálogo com a empresa concessionária e com o governo estadual para buscar soluções.
“Não quero questionar os trabalhadores, mas também não vamos tirar mais recurso da gestão se não melhorar o serviço, se não diminuir o preço da passagem, se não melhorar a qualidade dos ônibus. Aqui não é um saco sem fundo. Precisamos ter gastos, mas gastos com qualidade”, frisou.
Atualmente, segundo o prefeito, Anápolis paga uma das tarifas mais caras do país por um serviço que classificou como “de péssima qualidade”. Ele prometeu que a negociação com a empresa será rigorosa: “É necessário cumprir com os motoristas, mas é necessário entregar um serviço de qualidade para a população com tarifa justa”.
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