Protestos ocorrem em mais de 200 municípios neste domingo (16/8)

Manifestação na Esplanada dos Ministérios | Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
Manifestação na Esplanada dos Ministérios | Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Transcorrem com tranquilidade as manifestações convocadas por organizações contrárias ao governo com apoio de partidos de oposição. Em Brasília, vestidos com as cores verde e amarelo, os manifestantes deram início à concentração em frente ao Museu da República, na Esplanada dos Ministérios, por volta das 9h30. Fizeram uma caminhada em direção ao Congresso Nacional, onde ficaram concentrados. Uma carreata saiu de Águas Claras, região administrativa de Brasília a cerca de 25 quilômetros do centro da cidade, com destino à Esplanada dos Ministérios.

“Nosso objetivo é dar voz à população. Abrimos espaço para as pessoas se manifestarem e uma das coisas que elas querem é a saída de Dilma, seja por impeachment, renúncia ou cassação”, disse o coordenador do Movimento Vem pra Rua em Brasília, Jailton Almeida.

O casal Marília Feitosa e Carlos Jacobino, 32 e 35 anos, trouxe os três filhos para a manifestação. A ideia, segundo os pais, é que as crianças aprendam desde cedo a reivindicar seus direitos. “O Brasil que queremos para nossos filhos é um país sem corrupção, com educação de qualidade. Um país ético”, disse Marília Feitosa.

No Rio, com sol forte,  os manifestantes ocupam um trecho de uma das pistas da Avenida Atlântica, em Copacabana, na zona sul. Com faixas e cartazes, a multidão disputa a orla com pedestres, bicicletas e banhistas.

Os organizadores ofereciam aos participantes camisetas com a estampa “Fora Dilma”, por R$ 30, e tinta para pintar o rosto.

Há ainda manifestantes a favor da intervenção militar e, até mesmo, contrários ao aborto. A estudante Viviane Picorelli, integrante do movimento “Deixai vir os pequeninos”, se juntou à manifestação  para pedir que o aborto não seja legalizado. “O governo da Dilma, representado pela esquerda, é o que mais tem promovido o aborto no nosso país”, declarou.

O caldeireiro Julio Peres carregava a faixa “Intervenção constitucional já!”. Para ele, somente os militares podem repor a ordem no país. “Há uma inversão de valores e querem implantar o comunismo aqui. Com a intervenção, todos os Poderes vão cair e seis meses depois chamamos novas eleições”, defendeu.

O editor de imagens, João Santolin, não defende o impeachment nem a intervenção. Ex-eleitor do PT, ele diz que veio para a rua manifestar sua insatisfação com o governo. “Não concordo com tudo o que é falado aqui, mas não dá mais para continuar assim. Falta justiça neste país e neste governo”, disse.

Em Belo Horizonte, os manifestantes se concentraram na Praça da Liberdade. Na capital paraense, a concentração ocorreu na Escadinha da Estação das Docas. Em Maceió, os manifestantes se reuniram no Corredor Vera Arruda, na orla, e seguem em direção ao Bairro Ponta Verde.  Em Salvador, os manifestantes se concentram no Farol da Barra.

A manifestação em São Paulo está marcada para as 14h e a Avenida Paulista começa a ser ocupada.  Os manifestantes estão se concentrando para o ato em defesa da democracia, em frente ao Instituto Lula, no bairro do Ipiranga, em São Paulo. O evento está marcado para as 13h.

O ato terá atividades culturais, apresentação da escola de samba Colorados do Brás, música, debate e comidas típicas. Segundo Adi dos Santos Lima, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) no estado de São Paulo, os manifestantes querem mostrar o repúdio ao ataque, ocorrido no último dia 30, quando uma bomba caseira foi lançada no prédio do instituto.

Manifestantes estão acampados, em frente ao instituto, desde a última segunda-feira (10). “Queremos deixar um recado muito claro para essa gente que não aceita a democracia no país como um regime. Não vamos abrir mão da liberdade de ir e vir, da liberdade de expressão. O atentado ao instituto foi um atentado à democracia”, disse Adi.

Além da CUT, participam do ato o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de São Paulo (Apeoesp), o Sindicato dos Bancários, o Sindicato dos Químicos e movimentos sociais.

“Esse ato tem uma simbologia muito grande, queremos refletir sobre a conjuntura econômica, política e social que estamos vivendo no país. E nada melhor que fazer esse contraponto com aqueles que querem dar um golpe no regime democrático, no resultado das eleições de 2014”, afirmou Adi.