Operação R$ 2,80: protesto marcado para amanhã é contra a prisão de quatro jovens suspeitos de associação criminosa e incitação à violência

Movimentos estudantis e sociais de Goiás realizam nesta terça-feira (27/5) a manifestação contra a criminalização da luta popular em Goiás. O movimento é contra “o processo de transformação das reivindicações populares em delitos”.

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Na última sexta-feira (23/5) a Policia Civil (PC) deflagrou a Operação R$ 2,80 que prendeu quatro líderes do Movimento Estudantil Popular Revolucionário, suspeitos de pregar a desordem e incitar a população a destruir ônibus do transporte público de Goiânia e região metropolitana. Segundo o delegado responsável pelo caso, Alexandre Lourenço, os estudantes foram indiciados por dano ao patrimônio público, associação criminosa e incitação à violência.

A manifestação desta terça-feira acontecerá na Praça Universitária. Até o final da manhã desta segunda-feira (26/5), mais de 1.700 pessoas confirmaram presença através de uma página nas redes sociais. Organizadores do evento convidaram cerca de 24 mil pessoas. Os representantes do movimento afirmam que vão contra o processo de transformação das reivindicações populares em delitos.

Algumas Instituições e entidades goianas se manifestam contra a Operação R$ 2,80. A União Estadual dos Estudantes (UEE) classificou as prisões como “arbitrárias” e avaliou a ação policial no caso como uma “ameaça à liberdade de expressão e da livre manifestação”. Já o Conselho Universitário da Universidade Federal de Goiás (UFG) defendeu o “compromisso de respeito à liberdade, à diversidade, ao pluralismo das ideias e a organização e manifestação política, sem discriminação de qualquer natureza”. A Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil em Goiás (OAB-GO) também tem acompanhado a operação como observadora.

Nesta segunda-feira (26/5) um novo pedido de soltura será encaminhado ao judiciário. A informação foi confirmada ao Jornal Opção Online por um dos cinco advogados que fazem a defesa dos presos.

Os estudantes seguem presos no Centro de Prisao Provisoria (CPP), em Aparecida de Goiânia. Segundo o delegado o inquérito será concluído nesta sexta-feira (30/5). “O inquérito está encaminhando para o encerramento”.