O pastor Silas Malafaia, organizador dos atos pró-anistia no Dia da Independência, disse não concordar com a exibição da bandeira dos Estados Unidos durante o protesto realizado na Avenida Paulista neste domingo, 7. Em entrevista à CNN, Malafaia afirmou que ficará atento para que a cena não se repita, já que o episódio vem sendo explorado pela esquerda nas redes sociais.

“No Dia da Independência, estender um bandeirão americano não achei legal. Se eles querem estender alguma bandeira, a gente não impede. Mas, a partir de agora, eu vou ficar de olho para não desviar o foco”, declarou.

O gesto dos manifestantes ocorreu em meio ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo suposto plano de golpe de 2022 e reflete apoio às sanções do governo Donald Trump contra o Brasil, que incluem sobretaxa de 50% a produtos brasileiros, cancelamento de vistos de autoridades e aplicação da Lei Magnitsky ao ministro do STF Alexandre de Moraes.

Malafaia ainda criticou a exploração do episódio pelo PT. “Nossas manifestações foram grandiosas. O [ato do] PT foi um fiasco”, disse, acrescentando que a esquerda usou “bandeira com vermelho comunista” para desviar a atenção.

A ação gerou repercussão entre políticos. O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), criticou a exibição de bandeiras estrangeiras: “Que ironia! Os que se dizem ‘patriotas’ carregam bandeiras dos EUA e de Israel em suas manifestações. Mas patriota de verdade é quem ergue a bandeira do Brasil, quem defende nossa soberania, nossa democracia e o direito do nosso povo decidir o próprio futuro.”

O deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) também comentou: “7 de setembro: Lula defende a soberania enquanto os atos bolsonaristas exaltam bandeira norte-americana e pedem para os EUA ‘salvarem’ o Brasil. Traidores”.

Por outro lado, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) reproduziu imagens da bandeira dos EUA em sua conta na plataforma X, afirmando que se tratava de um agradecimento ao presidente Donald Trump pelas sanções aplicadas a Moraes.

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