Major Vitor Hugo rebate nota de repúdio do PL: “Wilder ainda não é o candidato do partido” para 2026
18 dezembro 2024 às 13h10
COMPARTILHAR
O vereador eleito por Goiânia, Major Vitor Hugo, divulgou um vídeo, nesta quarta-feira, 18, no qual responde a uma nota de repúdio publicada por seu próprio partido, o PL, contra ele na última terça-feira. No vídeo, Vitor Hugo rebate os argumentos da nota, de que ele estaria estabelecendo diálogos com o adversário – no caso, o vice-governador Daniel Vilela (MDB) – sobre os projetos políticos de 2026 sem aval da legenda, e diz não precisar “de autorização de ninguém” para articular reuniões do ex-presidente Bolsonaro com agentes políticos de Goiás. E ainda contesta: “O Wilder Morais ainda não é o candidato do PL [para o governo em 2026]. Nem se sabe se o partido terá candidato”.
Na nota de ontem, publicada nos perfis dos diretórios estadual e municipal do PL, presididos, respectivamente, pelo senador Wilder Morais e pelo deputado federal Gustavo Gayer, o partido afirma que as apontadas articulações de Vitor de aproximação da sigla ao projeto de Daniel Vilela – que deve se lançar candidato a governador de Goiás em 2026 – “não representam os propósitos partidários da sigla, mas sim interesses pessoais de um filiado que possui pretensões claras de viabilizar sua candidatura ao Senado sem o aval da agremiação”.
Vitor Hugo, por sua vez, diz no vídeo publicado hoje em suas redes que as reuniões que ele teve com Daniel Vilela e Jair Bolsonaro tiveram a anuência do próprio ex-presidente, mas não tratou de questões políticas de candidatura. “Tratamos do futuro do Brasil, futuro de Goiás. Não tratamos sobre pré-candidatura ao Senado do Gustavo Gayer, que tem o direito de ser pré-candidato”, disse, acrescentando que as reuniões tiveram a participação, inclusive, do presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto e do senador Rogério Marinho.
“E o PL pode indicar dois pré-candidatos [ao Senado para 2026]. Minha pré-candidatura ou a dele [de Gayer], uma não interfere na outra”, respondeu Vitor Hugo, ainda, sobre a afirmação da nota do PL de que o vereador eleito teria intenções de se lançar ao Senado.
Veja o vídeo:
Vitor Hugo argumentou também que “não precisa de autorização de ninguém, a não ser do próprio presidente Bolsonaro, para levar alguém pra conversar com ele”. “E o Bolsonaro autorizou que eu levasse o Daniel Vilela, até porque a avaliação que apresentei para o presidente é que o PL em Goiás teve um resultado interessante, mas não foi excepcional. O PL elegeu 26 prefeituras. União Brasil, MDB e outros partidos do governador elegeram mais de 200. Isso faz com que a gente tenha que ser estratégico, pense além de projetos individuais”.
Sabotado no partido
O vereador eleito por Goiânia – o mais votado deste pleito – fez ainda referência às eleições municipais, e destacou que, além de não ter tido apoio da sigla dirigida por Gustavo Gayer em Goiânia, foi atravancado por ela. “Não vou entrar em detalhes sobre eleições em Goiânia, mas podemos falar sobre isso mais para frente. Fui o mais votado de Goiânia, mas fui sabotado dentro do partido. E eu não falei isso durante a campanha e não falaria se não tivesse essa nota”, sublinhou.
Ainda conforme Vitor Hugo, o próprio Wilder Morais articulou, neste ano, uma reunião entre Jair Bolsonaro e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, para “tentar conciliar os projetos políticos das eleições municipais”, e o envolveu nas conversas, assim como na escolha de Fred Rodrigues para concorrer à Prefeitura de Goiânia – situação, conforme Vitor Hugo, que careceu de avaliação.
Leia também: PL de Gayer emite nota de repúdio contra Major Vitor Hugo, e estaria articulando até expulsão do vereador eleito
“Devíamos ter avaliado os riscos em relação à candidatura do Fred. O problema dele ter dito que tinha diploma prejudicou. O projeto dele ter dito, assinado na Alego que tinha, e depois ter sido descoberto que não tinha, prejudicou. Poderíamos ter ganhado com outros nomes, talvez. Mas não criei caso em nenhum momento”, afirmou o vereador eleito.
Vitor Hugo conclui o vídeo destacando que, ao contrário do que afirma a nota de ontem, o PL ainda não tem candidato confirmado para concorrer ao Palácio das Esmeraldas em 2026, se referindo ao projeto de Wilder, “e nem sabe se terá”. “Vou continuar meus movimentos com independência e lealdade ao Bolsonaro e ao meu país, e com aquilo que eu acho que é melhor para Goiás. PL ainda não tem candidato ao governo, não sabe nem se terá candidato ao governo. Essa é uma decisão a ser tomada mais pra frente. Não é decisão individual de ninguém. Vou apoiar quem o Bolsonaro indicar”, arrematou.