“Infelizmente, todo mundo aqui parece ter seu preço”, declarou Araújo.

Ana Luíza Andrade

Major Araújo | Foto: Reprodução

Nesta semana, o deputado estadual Major Araújo (PRP), esclareceu na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), o motivo de ter pedido vista sobre o projeto do orçamento impositivo. Anteriormente, o deputado manifestou parecer favorável ao retorno do percentual de 1,2%.

O Major explicou que seu pedido está relacionado a preocupação com o quórum. Ele afirma que alguns deputados que se manifestaram favoráveis ao projeto não estavam presentes, e que por isso, achou melhor pedir vista.

“Se ninguém pedisse, eu pediria mesmo assim. Mas isso é comum, alguns deputados até pediram vista, foram vários na verdade, então eu resolvi pedir também”, argumentou.

O deputado vai além e esclarece que sua preocupação com o quórum está associada a ida dos deputados até o Palácio Pedro Ludovico Teixeira. “Depois da oferta feita pelo governo, muitos deputados mudaram de opinião. A verdade é essa”, disse.

Segundo Araújo, a oferta do governo é pagar mais do que o próprio percentual do orçamento impositivo e do valor em vigor para que os deputados não aprovassem a emenda impositiva e fizessem parte da base do governo. O deputado afirma que o governo também ofereceu cargos e outras questões que foram tratadas em reunião com cada deputado.

Major Araújo relata que a reunião foi, basicamente, o encontro de “todos aqueles que previamente negociavam com o governo o apoio em troca de favores e cargos e outra ofertas que foram feitas, inclusive em relação às próprias emendas”.

“Lamentavelmente é isso, o jogo é assim. Não mudou nada. A cada legislatura a gente imagina que haverá uma renovação, a sociedade e os eleitores fazem seu papel, houve uma grande renovação, mas as coisas não mudam. Infelizmente, todo mundo aqui parece ter o seu preço”, declarou.

Sobre o governo Ronaldo Caiado, o deputado demonstra ter uma visão diferente e aponta “grandes iniciativas” e uma “boa imagem” do próprio governador. Mesmo se posicionando contra a oferta, o deputado acredita que deve cultivar a paciência e manter o diálogo com o governo, em busca de novas demandas.

“Acho que não é ruim estar na base do governo. E essas questões não nos afasta completamente. Claro que cria um certo conflito: eu penso de uma forma, os deputados que estão na base pensam de forma diversa e o governador mais ainda… Acredito que seja uma questão de momento e eu quero contribuir com o governo”, garantiu.

O deputado insiste que seu papel é mais importante que os deputados que estão “cegamente” na base e que se omitem diante de fatos que “podem levar o governo a bancarrota”.

“Eu não. Eu não vou me omitir quando ver que o governo está caminhando para o abismo. Eu vou alertá-los sobre os erros que estão sendo cometidos pela administração. O dia que disserem que não querem minha contribuição, que eu não sirvo, que eu sou rebelde, que eles querem ir para o abismo mesmo, aí tudo bem. Aí a gente toma uma decisão definitiva”, concluiu.