Mais de 15 pessoas são investigadas por esquema com mercadoria falsificada na 44
06 dezembro 2019 às 11h46

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Envolvidos podem responder por receptação qualificada, sonegação fiscal, crime conta a propriedade imaterial e organização criminosa. Pena pode chegar a 20 anos

De acordo com a Delegacia Estadual de Repressão a Furtos e Roubos de Cargas (Decar), mais de 15 pessoas são investigadas, por suspeita de participação em esquema de roubo de mercadorias e falsificação para comercialização na Rua 44. Até o momento, dez suspeitos foram presos na Operação Questão de Honra.
Segundo a Polícia Civil, três caminhões foram carregados e estocados com os produtos em um galpão, na Vila Jaraguá, em Goiânia. “Na mercadoria foram encontrados vestuários, confecções e calçados, que estavam com nota fiscal de Minas Gerais. Além disso, encontrou-se mercadorias roubadas e falsificadas”, relata o delegado Regional de Fiscalização de Goiânia, Gerson Segundo de Almeida.
Ainda de acordo com o titular, havia mercadoria com notas inidôneas, isto é, quando os itens listados no documento não correspondem à carga. O delegado afirma que agora tudo srá fiscalizado e cada contribuinte deve comparecer à Delegacia Regional, onde serão feitos levantamentos e, se for o caso, terá que pagar o imposto sonegado e multa.
Entretanto, em relação às falsificações, o caso será repassado à Receita Federal. Gerson Segundo de Almeida informa que, no total, o prejuízo aos cofres públicos foi de mais de R$ 1 milhão.
Esquema
O delegado titular da Decar, Alexandre Bruno Barros, a polícia descobriu o esquema na segunda-feira, 2, quando houve um roubo, no posto Aparecidão, de uma carga fracionada de defensivos agrícolas, de roupas, bonés, tênis e também café. “A partir desse momento a força tarefa passou a empreender diligencias e identificou que os responsáveis eram quatro pessoas que se passavam por policiais civis e utilizavam uma viatura parecida com aquela utilizada por agentes”, detalhou.

Nesse mesmo dia, um dos envolvidos foi preso e identificou onde estava o restante da mercadoria. Foi então que a polícia chegou ao galpão da Vila Jaraguá. “Aí que a Secretaria da Economia passou a agir também com a força tarefa. No total, foram apreendidos aproximadamente três caminhões lotados de roupas e sapatos. Parte desses calçados é também de uma carga roubada em Goiânia na semana passada”, disse.
Alexandre Bruno Barros informou que os envolvidos podem responder por receptação qualificada, sonegação fiscal, crime conta a propriedade imaterial — pela falsificação de marcas —, e organização criminosa. A pena pode chegar a 20 anos.
A polícia ainda busca por uma caminhonete, cuja placa era utilizada na emissão de certas notas fiscais. Além disso, o galpão está no nome de um laranja. O delegado da Decar disse que já foi identificado o real dono que deve ser preso ainda nesta sexta-feira, 6.
“A maioria desse material seria vendido na rua 44. Ressalto que a grande parte pode ser de origem lícita. A Secretaria da Economia vai precisar isso. Muitos comerciantes da região se aproveitavam disso para vender este produto num preço aquém de outros de mercado, aproveitando o natal. Com a operação, vai ser dado um duro golpe nesses comerciantes que agiram de má fé”, finalizou o titular.