O PSD caminha, em sua maioria, para apoiar a candidatura de Sandro Mabel (UB) à Prefeitura de Goiânia no segundo turno das eleições municipais. Essa é a avaliação interna de membros do partidos, que apontam que uma sinalização de Vanderlan Cardoso, derrotado no pleito, ainda é incerta e dependerá de diálogo entre os correligionários. A expectativa é que os membros voltem a se reunir a partir desta quarta-feira, 9, após o retorno do senador e presidente do partido de Brasília.

Leia também: Aliado de Vanderlan Cardoso diz que “tendência é apoiar Mabel”

Conforme mostrou o Jornal Opção em primeira mão, Samuel Almeida disse que a cúpula municipal e estadual do partido se reuniram nesta segunda-feira, 7, e discutiram todos os cenários. “As avaliações que foram feitas é se [o partido] caminha com Fred ou Mabel ou se vai permanecer neutro. Foi um primeiro turno de desconstrução, debate de fake news e estamos colocando tudo isso na mesa”.

O ex-presidente da legenda, Vilmar Rocha, antecipa que com a derrota do candidato do partido não há mais condicionantes que impeçam essa adesão a candidaturas de outras siglas. “A gente tinha candidato do PSD e nós respeitamos a questão do partido. Agora a gente vai entrar de cabeça na campanha do Mabel”, disse em entrevista ao Jornal Opção.

“90% do PSD vai estar com Mabel”

Rocha acredita que esse apoio deve chegar a “90% do partido”. O apoio do partido é importante para construção de maioria para o segundo turno em Goiânia, mas junto dele, o eleitorado também precisa aderir ao projeto e o ex-deputado crê que o eleitor de Vanderlan também entrará na campanha, independente da posição do senador.

A escalada de Fred Rodrigues (PL) rumo ao segundo turno, na avaliação de Rocha, veio em parte dos votos de Vanderlan e em parte dos indecisos. “Repetiu o que ocorreu em 2022 nas eleições para o Senado. Todas as pesquisas, 20 dias antes das eleições, indicava uma indecisão muito grande. 40% das pessoas não sabiam em quem ia votar. No final houve aquela avalanche e o Wilder [Morais] foi eleito. Mas as pesquisas acertaram os números de Mabel e Adriana, a surpresa foi o Fred que captou o voto dos indecisos”, avalia.

Bolsonaro: “PSD do Kassab eu não apoio ninguém”

Outro fator que pesa contra o apoio de Vanderlan e do PSD a Fred Rodrigues é a contenda pessoal de Jair Bolsonaro (PL) com o partido. Comandado nacionalmente por Gilberto Kassab, o PSD é boicotado por Bolsonaro que chegou a dizer: “PSD do Kassab eu não apoio ninguém”.

Um conflito mais pessoal e regional é travado entre senador e o deputado federal Gustavo Gayer (PL). Há um ano, Vanderlan entrava com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra Gayer após o deputado chamá-lo de “vagabundo” devido ao apoio dele na reeleição de Rodrigo Pacheco para a presidência do Senado.

Na ocasião, o pessedista representou criminalmente contra Gayer junto ao STF por difamação, calúnia e injúria, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e violência política, pedindo, também, a cassação de seu mandato.

Por outro lado, Vanderlan e Sandro Mabel nutrem uma amizade de longa data. O empresário e presidente licenciado da Federação da Indústria e Comércio de Goiás (FIEG) foi fundamental no sucesso empresarial e político de Vanderlan, tendo-o incentivado à disputa em Senador Canedo e auxiliado durante sua gestão na cidade.

Além dos indecisos, a avaliação de Rocha é que o parte do eleitorado evangélico de Vanderlan migrou para a campanha de Fred nos últimos dias. “Temos que escolher um prefeito capaz de fazer uma gestão e que seja capaz de evitar uma crise política, porque a política quando não é bem articulada interfere na gestão. O governo tem que se viabilizar politicamente e Goiânia precisa de gente experiente e com capacidade de articulação política e capacidade de gestão”, aponta.

Leia também:

Aliado de Vanderlan Cardoso diz que “tendência é apoiar Mabel”

Mabel já articula apoio de vereadores eleitos para o segundo turno