Vereadores afirmam que alteração coloca universidade em risco, abrindo precedentes para uso de verbas da instituição para outros fins distintos dos originais

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O encontro parlamentar na Câmara Municipal de Rio Verde, na última quinta-feira, 22, foi acalourado. Marcado pela presença de diversos estudantes e servidores ligados à Universidade de Rio Verde (Unirv) que ocuparam as galerias, a reunião também contou também com outro fator atípico: 12 parlamentares declararam que votarão contra o prefeito Paulo do Vale (MDB) — a Casa conta com o total de 21 vereadores, incluindo o presidente.

Acontece que o Executivo encaminhou à Câmara um projeto que reorganiza a administração pública, alterando os moldes de gestão da Universidade de Rio Verde. A medida é tida como preocupante pelos parlamentares da Casa. Membros da oposição afirmam que a matéria coloca a universidade em risco, abrindo precedentes para uso de verbas da instituição para outros fins distintos dos originais.

À reportagem, o vereador Cabo Moraes explicou que a matéria ainda se encontra na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). “O próprio relator [vereador Casa Grande] é contrário a matéria. Vamos aguardar a manifestação do prefeito. Mas ele sabe que se colocar em pauta iremos derrubar esse projeto. Vamos esperar pela reação do Executivo”, disse.

Por sua vez, a vereadora Lucia Batista considerou a manifestação ocorrida na última quinta-feira como um “momento histórico”. “Foi uma sessão atípica. A população resolveu agir diante dos atos do prefeito. Esse projeto está dentro de uma reforma administrativa do município então continuaremos atento e acompanhando a movimentação do processo”.

Na interpretação da parlamentar, Paulo do Vale estava com “excesso de confiança” em relação a aprovação do processo legislativo. “Ele achou que ninguém votaria contra. Foi uma derrota humilhante aqui no Parlamento. O reitor, ao falar, foi ovacionado pelo público. Sem contar que 12 parlamentares manifestaram seus votos contrários a esta matéria. Nós [oposição] temos nossa independência, mas os parlamentares da base tiveram muita coragem para ficar do lado do povo e não apoiar essa medida do Executivo. Vai haver retaliação e eles vão sofrer por isso, mas ainda assim eles vão votar pelo bem do povo”, disparou.

Segundo Lúcia, os manifestantes ligados à universidade deverão continuar ocupando as dependências da Casa ao longo das próximas semanas. A ideia é acompanhar de perto a tramitação do processo e pressionar a Casa a votar pela sua derrubada.  Veja a movimentação da tarde de ontem:

A prefeitura do município de Rio Verde foi procurada pela reportagem. No entanto, até a publicação deste material não obtivemos retorno. A matéria será atualizada assim que o Executivo se manifestar.