Partidos ainda conversam sobre detalhes para eleições de 2022. “O senso comum, a realidade política, sabem que acordos a tão longo prazo não são confiáveis”, analisa Vilmar

Presidente do PSD, Vilmar Rocha | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção

O PSD está bem próximo de consolidar a aliança com o DEM do governador Ronaldo Caiado garantindo o apoio do Palácio das Esmeraldas à candidatura de Vanderlan Cardoso. A definição mesmo deve acontecer na próxima semana, até a quarta-feira, 16, data que se encerra o período de convenções partidárias.

O último detalhe que está sendo acertado entre o partido de Vilmar e o DEM passa pelo apoio do PSD à reeleição de Ronaldo Caiado em 2022. Sobre a possibilidade, Vilmar Rocha é enfático: “O senso comum, a realidade política sabem que acordos a tão longo prazo não são confiáveis”, analisa.

“Se eu fosse pensar só na vantagem, sem me preocupar com a palavra dada, eu fecharia só para ter o apoio do Caiado. Mas ele conhece a política e saberia que eu não estaria sendo sincero se prometesse algo a tão longo prazo”, avalia.

E explica: que garantias qualquer partido tem de que o cenário político em 2022 será o mesmo? O DEM, por exemplo, hoje apoia o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), mas é cedo para garantir que o apoio se estenderá na próxima disputa presidencial que interfere diretamente nas eleições estaduais.

Aliança DEM e MDB

Nessa linha de incertezas, Vilmar Rocha também não vê viabilidade em um acordo entre o DEM de Caiado com o MDB de Maguito Vilela. Para o presidente do PSD, possibilidade de Daniel Vilela disputar o Senado em 2022 e não enfrentar Caiado em Goiás, é uma garantia que não pode ser dada.

“Politicamente é muito difícil garantir e acreditar nisso, quem conhece a política sabe que é impossível. É uma garantia que não pode ser dada”, afirma.

PSD na vice?

Vilmar Rocha também conversou com o Jornal Opção sobre a possibilidade do PSD compor com o MDB e bancar o vice na chapa. Boatos davam conta de que a vaga teria sido oferecida pelo MDB ao presidente do PSD na capital, o ex-deputado Simeyzon Silveira.

“Uma definição que temos é de que o PSD terá candidato a prefeito”, diz Vilmar ao elencar mais um ponto que propiciou a aproximação com o DEM: o partido do governador aceita bancar o vice para a chapa. Por outro lado, o MDB já definiu pela candidatura de Maguito Vilela, o que, na visão de Vilamr Rocha, inviabiliza a composição PSD e MDB.

Interferência de Marconi

Questionado sobre uma provável influência do ex-governador Marconi Perillo para tentar frear o apoio de Caiado a Vanderlan, Vilmar Rocha é categórico: “O chamado Tempo Novo se encerrou em 2018”.

Vilmar lembra que, na época, foi procurado por Ronaldo Caiado, mas decidiu não se aliar ao governador e nem participar ativamente da candidatura de José Eliton.

No entanto, Vilmar avalia que o ciclo do ‘Tempo Novo’ acabou e garante que não há interferências de Marconi Perillo. “Eu me mantive com o grupo do qual fiz parte até o fim. Beijei a lona com esse grupo, mas agora isso não existe mais”.

A força de Vanderlan

Para Vilmar Rocha, Vanderlan Cardoso é hoje o pré-candidato mais forte na capital. Em sua visão, Vanderlan sai na frente de Maguito por ter mais intimidade com Goiânia enquanto o emedebista teria mais afinidade com Aparecida de Goiânia. “Mas essa é uma avaliação empírica minha”, ressalva.

Vilmar analisa ainda que, para Caiado, Vanderlan também é o candidato mais forte a se combater em 2022. Nesse caso, sendo Vanderlan eleito à prefeitura da capital, o governador teria menos um adversário de peso em 2022.

Isso, no entanto, não significa que o PSD não terá candidato próprio nas eleições estaduais. “Mesmo Vanderlan sendo eleito teremos outro candidato”, diz sem fechar a possibilidade para que o partido também firme alianças em 2022.

Proximidade com Caiado

Sobre as conversas e a recente proximidade com o governador Ronaldo Caiado, Vilmar disse ao Jornal Opção que ele e o democrata sempre tiveram ‘divergências políticas e partidárias’, mas garante que não há ressentimento ou qualquer coisa pessoal entre os dois. “Sempre nos tratamos com respeito, isso sempre prevaleceu”.

A aproximação começou através de Vanderlan Cardoso que foi quem deu início ás conversas com o governador. No entanto, Caiado fez questão de conversar com Vilmar e teria dito que só tomaria uma decisão após essa conversa por confiar e acreditar na palavra do presidente do PSD.