Para presidente da Câmara, ‘é legítimo que o governo tenha o direito de organizar sua base’

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O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse não se incomodar com os movimentos de aproximação do Centrão com o presidente Jair Bolsonaro. “Eu não misturo as coisas porque, se um partido quer participar do governo, o que isso tem a ver minha relação com o partido aqui na Câmara dos Deputados?”, afirmou.

A possibilidade de indicar um nome para comandar o Dnocs foi usada pelo líder do PP na Câmara, Arthur Lira (AL), para angariar apoio na Câmara. Pré-candidato à sucessão de Maia, ele repassou a indicação ao deputado Sebastião Oliveira (PL-PE), segundo fontes ao Estadão.

“É legítimo que o governo tenha o direito de organizar sua base. Se é com o PP ou com outros partidos, é um direto do governo montar essa base de forma transparente para que a sociedade tenha as informações sobre como é qual é a relação do governo com o parlamento brasileiro”, disse Maia.

Ele negou que os movimentos sejam uma tentativa de esvaziar seu poder na Câmara. “Não vejo por aí. A pauta é do presidente da Câmara. Quem pauta é o presidente. Quem tem a responsabilidade de garantir votos para o governo são os líderes do governo e os partidos que fazem parte da sua base. Muito pelo contrário, eu acho que o governo ter uma base inclusive facilita o meu trabalho. Muitas vezes fui obrigado a cumprir um papel de articulador das maiorias, que não é um papel do presidente da Câmara”, disse.

O presidente da Câmara também falou sobre recente visita dos ministros Luiz Eduardo Ramos e Braga Netto e negou terem discutido um possível encontro entre ele e Bolsonaro. “Vieram fazer uma visita para trocar ideias sobre a pauta e sobre a conjuntura do momento. Foi uma ótima reunião, tenho uma boa relação com os dois”, disse Maia.

“A gente não pode misturar os conflitos políticos com aqueles ministros que estão organizando, coordenando a agenda política e a gestão pública do governo”, concluiu. (Com informações do Estadão)