Durante coletiva de imprensa que aconteceu na manhã desta sexta-feira, 13, o prefeito eleito de Goiânia, Sandro Mabel (UB), disse que logo no início de seu mandato deve ser declarado estado de calamidade pública em duas pastas, na Saúde e nas Finanças. O prefeito afirma que a medida facilita a tomada de decisão e ação do Executivo para sanar as crises deixadas pela gestão de Rogério Cruz (Solidariedade). 

O empresário, que deve assumir o Paço Municipal em janeiro de 2025, afirma que existem especulações não oficiais sobre o montante da dívida do Executivo goianiense na casa dos R$1,6 bilhão, sendo meio bilhão apenas da área da Saúde. “Calamidade ajuda no andamento desses processos”, resumiu a necessidade das medidas.

Segundo Mabel, o estado de calamidade pública facilita medidas orçamentárias, tanto nos gastos quanto nos contingenciamentos, e isso será essencial nos primeiros meses de gestão das duas pastas. “Nós temos que priorizar algumas áreas”, disse o prefeito eleito se referindo à Educação e Saúde, enquanto outras podem ter maior atenção após algum tempo, como a infraestrutura, exemplificou. “Começar na hora em que seu caixa der uma estabilizada”, explicou. 

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Atual gestão

Ao mesmo tempo, o prefeito Rogério Cruz realizou prestação de contas do segundo quadrimestre de 2024 na Câmara Municipal da capital. No documento, apesar do aumento na arrecadação do município, em comparação com o mesmo período do ano anterior, existe indicativo de déficit de R$349 milhões em receita líquida.

Segundo os documentos fornecidos pela Sefin, a receita total do município alcançou R$ 5,931 bilhões, mas com a despesa total de R$ 6,280.

O documento também aponta um aumento real de 11,93% na receita do segundo quadrimestre em comparação com o mesmo período no ano passado. O crescimento nominal foi de 16,67%, com um valor de total de R$ 2,38 bilhões.

Vale destacar que Rogério Cruz (SD) abandonou a audiência da prestação de contas. O líder do Executivo saiu da reunião durante apresentação dos dados. A justificativa apontada foi uma reunião com a equipe de transição do prefeito eleito Sandro Mabel (UB). O prefeito eleito estava na sede da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg) em coletiva de imprensa. 

A situação deixou os vereadores presentes revoltados, mas o presidente da Comissão Mista, Cabo Senna (PRD), relembrou que a lei não obriga nenhuma sanção. 

Apesar da saída do prefeito, o secretário de Finanças, Cleyton da Silva Menezes, e a equipe da Secretaria Municipal de Finanças (Sefin) permaneceram. A Lei de Responsabilidade Fiscal indica que apenas o titular da pasta precisa estar na prestação de contas.