Mabel critica gastos da Fundahc e diz que nova OS pode assumir Maternidade Dona Iris de forma emergencial

08 julho 2025 às 18h26

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Durante solenidade simbólica de transferência da sede da Prefeitura de Goiânia e da Câmara Municipal de Goiânia para o setor Campinas, em comemoração aos 215 anos do bairro, o prefeito Sandro Mabel (UB) voltou a defende que Goiânia vive um estado de calamidade financeira e que busca a renegociação da gestão das três maternidades de Goiânia. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) disse que recebeu os repasses do Ministério da Saúde para custeio dos serviços de alta e média complexidade e que deve repassar os valores referentes ao pagamento de julho nesta quarta-feira, 8.
Segundo Mabel, o limite de pagamento para o gerenciamento das três unidades é de R$ 12, valor abaixo dos R$ 14 milhões pagos frente aos sete primeiros meses de 2025. “A Fundahc já recebeu esse ano mais de R$ 103 milhões, é dinheiro mais do que suficiente se eles fizerem uma boa gestão”, disse. “Acabou o tempo das vacas gordas que pagava R$ 20 milhões por uma coisa que valia R$ 12 milhões”, continuou.
Como resposta à paralisação parcial dos serviços, Mabel informou que a Prefeitura lançará um processo emergencial para contratação de uma nova organização social (OS) que assuma a Maternidade Dona Iris. “Vamos fazer isso funcionar nos próximos 15 dias já com uma nova empresa e depois vamos organizar um chamamento para todas. Cada maternidade vai ter uma empresa que vai fazer a gestão”, afirmou.
A previsão da Prefeitura é de que as novas contratações permitam manter o funcionamento dos serviços dentro de um novo patamar de custos, que, segundo o prefeito, deverá priorizar eficiência e controle de despesas. Apesar disso, a secretaria Municipal de Saúde (SMS) e a entidade seguem em negociação e tem novo encontro nesta quarta-feira, 8.
A prefeitura alega ter pago o montante de R$ 103 milhões referentes ao pagamento das sete parcelas mensais para a Fundação de Apoio ao Hospital das Clinicas (Fundahc) em 2025, embora a entidade aponte que as dívida referentes a 2023 e 2024 ainda não tenham sido pagas.
Em nota, a entidade diz que “a atual gestão municipal considera que o contrato com a Fundahc é de R$12,5 milhões, desconsiderando os planos de trabalho que ainda estão em tramitação na SMS (R$14,3 milhões) e os serviços prestados atualmente nas maternidades (planos de trabalho vigentes)”. A maior parte, R$ 83,8 milhões é referente a folha salarial, pagamento de fornecedores e prestadores de serviços e manutenção básica.
Outros R$ 12,9 milhões foram utilizados para o pagamento de rescisões trabalhistas, além de R$ 6,8 milhões para atualização do piso da enfermagem. “Diante do quadro descrito, o valor da dívida da Prefeitura de Goiânia com a Fundahc nesta data é de R$148.521.015,48. Este valor é composto por obrigações sociais, trabalhistas e fiscais, fornecedores e prestadores de serviços, despesas administrativas e operacionais da fundação, empréstimos e parcelamentos junto à Receita Federal”, completa a nota.
Câmara aprova projetos em sessão ordinária
Durante o evento, também foi realizada uma Sessão Ordinária da Câmara Municipal no auditório do Colégio Santa Clara, no próprio setor, na qual foram aprovadas matérias relativas ao funcionalismo da educação municipal. Em referência a essa agenda, Mabel comentou o esforço da Prefeitura para garantir a revisão salarial dos servidores. “Nós nem podíamos dar data-base esse ano, a prefeitura está muito apertada com o limite da folha. Fizemos um esforço enorme para conseguirmos esse data-base”, disse.
Segundo ele, o reajuste concedido, apesar de inferior ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), representa um “alívio para os funcionários”. “Vai valer a partir de setembro”, informou. Ele também anunciou a criação de um bônus destinado aos servidores que saem de férias, para auxiliar com alimentação e parte do salário no período de afastamento.
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