O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve anunciar na próxima segunda-feira, 10, um aumento de verbas de custeio para as universidades federais, além de novas obras para a rede que serão incluídas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Este anúncio ocorre em um esforço para aliviar as tensões nas negociações com os professores, que estão em greve há quase 60 dias.

Atualmente, o orçamento de custeio das universidades federais é de R$ 6,8 bilhões. No entanto, os reitores, representados pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), afirmam que esse valor é insuficiente, especialmente após anos de restrições fiscais que resultaram em cortes severos em áreas como manutenção predial e dívidas crescentes.

Embora o valor exato do novo aporte ainda não tenha sido divulgado, os reitores calculam que a rede precisa de R$ 2,5 bilhões adicionais para fechar o ano no azul, quantia que coincide com o pedido dos professores em greve.

A estratégia do governo é atender, em parte, às demandas dos professores para encerrar a paralisação, que afeta atualmente 52 universidades federais e 79 institutos. Contudo, os docentes também exigem uma recomposição salarial já em 2024, algo que o governo federal afirma não ser possível no momento.

Além do aumento de verbas, Lula deve anunciar obras importantes no âmbito do PAC Universidades, incluindo ampliações de campi e grandes reformas, embora as instituições específicas que serão beneficiadas ainda não tenham sido divulgadas.

O cenário educacional federal enfrenta desafios com duas categorias em greve. Enquanto um dos sindicatos de professores já assinou um acordo com o governo, outros dois rejeitaram a proposta, levando a questão para a Justiça Federal, que anulou a assinatura do acordo. Os técnicos administrativos ainda estão em negociações, com uma nova reunião marcada para a próxima terça, 11.

A proposta do governo para os professores inclui diferentes níveis de reajuste salarial. Aqueles com salários mais altos receberiam um aumento de 13,3% até 2026, enquanto os de menor remuneração teriam um incremento de 31% até o fim do mandato de Lula. Contudo, nenhum reajuste está previsto para 2024.

Atualmente, um professor em início de carreira com 40 horas semanais e doutorado, que ganhava R$ 9,9 mil em abril de 2023, passará a receber R$ 13,7 mil em 2026. Já o topo da carreira verá um aumento de R$ 20 mil para R$ 26 mil no mesmo período.

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