O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se prepara para abordar a polêmica em torno das apostas no Brasil. Em um movimento que demonstra a preocupação do governo com as implicações sociais desse setor, Lula vai anunciar na próxima semana um pacote de medidas que visa proteger a saúde mental dos apostadores e restringir a publicidade das casas de apostas online.

A decisão de Lula de enfrentar diretamente o tema reflete um mal-estar palpável em sua administração, que busca um equilíbrio entre a regulamentação do setor e a proteção dos cidadãos. De acordo com fontes do Ministério da Fazenda, que coordena os ajustes finais das medidas, a colaboração com os ministérios da Saúde e do Desenvolvimento Social é essencial para a elaboração das novas diretrizes.

As propostas incluem a proibição do uso de cartões de crédito e do cartão do Bolsa Família para pagamentos relacionados a apostas. Além disso, as casas de apostas serão obrigadas a veicular propagandas que sigam princípios de responsabilidade, evitando mensagens que insinuem que os apostadores podem enriquecer facilmente.

O momento desse anúncio não é por acaso. A partir de 1º de outubro, somente as 113 empresas de apostas que solicitaram autorização para operar no Brasil vão poder continuar suas atividades. Em um prazo de 30 dias, o governo vai avaliar os pedidos, e aquelas que forem aprovadas deverão pagar uma taxa de R$ 30 milhões para permanecer no mercado. Isso implica que cerca de 500 empresas, que não estão em conformidade com as novas regras, deverão interromper suas operações imediatamente.

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