Lúcia Vânia defende renúncia de Temer: “Não há possibilidade do governo continuar”

22 maio 2017 às 10h28

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Durante evento do PSB em Goiânia, senadora disse que fatos são extremamente graves e presidente deve sair
A senadora Lúcia Vânia (PSB-GO) disse, durante entrevista nesta segunda-feira (22/5), que não há “a menor possibilidade” do governo Temer continuar. “Acredito que a melhor saída seria a renúncia. É mais rápida e permitiria que os partidos buscassem uma solução para a transição até 2018”, opinou.
Em reunião na capital goiana, a Executiva nacional do PSB, incluindo o presidente Carlos Siqueira, debateu o futuro do país. Fora do governo Temer, o partido deliberou pela defesa da convocação de eleições diretas ainda neste ano.
“Esperaremos até quarta-feira, 24, [quando o Supremo Tribunal Federal analisará a suspensão do inquérito contra o presidente] para ver o que será definido e nos reuniremos para avaliar o quadro e quais medidas tomar”, explicou.
Questionada sobre como a crise que assolou o Planalto afetará nas reformas, a senadora disse que desde o começo o PSB entende que não seriam aprovadas da forma como foram propostas. “Nossa posição é de que haja mudanças substanciais”, completou.
Delação
O empresário e presidente da J&F (holding que controla a JBS), Joesley Batista, entregou ao Supremo Tribunal Federal (STF) o conteúdo de uma gravação na qual o presidente Michel Temer (PMDB) daria o aval para a compra do silêncio do ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
O encontro aconteceu no dia 7 de março, no Palácio do Jaburu, em que Joesley Batista aparece contando a Temer que estava dando a Cunha e ao operador Lúcio Funaro — ambos presos no âmbito da Operação Lava Jato — uma mesada de R$ 500 mil para que não assinassem qualquer tipo de colaboração ou delação. Diante da informação, o presidente teria respondido: “Tem que manter isso, viu?”.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, relator da Lava Jato, autorizou abertura de inquérito contra o presidente. Na Câmara, pelo menos oito pedidos de impeachment já foram protocolados. Dois ministros deixaram o governo: Bruno Araújo (Cidades) e Roberto Freire (Cultura).
Em coletiva de imprensa, Temer negou veementemente todas as denúncias e que não irá renunciar à Presidência da República. “Registro que a investigação será território onde surgirão todas as explicações. No Supremo, demonstrarei minha inocência. Não renuncio!”, bradou.