Livro sobre Raul Seixas reforça tése de traição a Paulo Coelho
23 outubro 2019 às 17h29

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Autores de obras feitas em dupla, Paulo teria sido entregue para tortura pelo cantor. No Twitter, Coelho confirma teoria

O debate sobre a possível traição de Raul Seixas a Paulo Coelho, que levanta a hipótese do escritor ter sido entregue à ditadura, em 1974, pelo amigo e parceiro de trabalho voltou a ser pautado. A tese é discutida há várias décadas, com declarações de Coelho que sugerem as desconfianças. Mais de 30 anos depois, a obra que relembra a carreira de Raul Seixas destaca o conflito. No Twitter, o escritor escreveu: “Achei que levava segredo para o tumulo”.
Na narrativa do escritor reconhecido internacionalmente e documentos do Doi-Codi, a prisão de Coelho foi antecedida por convocações de Raul Seixas ao Centro de Operações no Rio de Janeiro. As teses não indicam exatamente a motivação que teria levado Raul a entregar o amigo, já que desfrutavam de vários trabalhos de sucesso que executavam juntos.
Paulo Coelho foi preso pela ditadura acusado de participar de organizações terroristas, com filiação ao PCdoB, o que nunca foi comprovado pelas investigações militares da época. Nos documentos do Doi-Codi que falam sobre a participação militante de Coelho há a indicação de que Raul seria a ponte mais fácil até o escritor.
O livro relembra que entre a convocações a Raul Seixas para depoimentos e a prisão de Paulo Coelho decorreram cerca de 36 dias, e, no dia da prisão, o escritor estava acompanhado de Raul. Após a prisão, Coelho foi torturado por duas semanas, sem qualquer comprovação das acusações que sofria.
O livro “Raul Seixas: não diga que a canção está perdida”, do escritor Jotabê Medeiros, tem previsão de lançamento para o próximo dia 1º. Atualmente, Paulo Coelho evitava falar sobre o assunto. Depois de publicar que achou que a informação permaneceria escondida, Paulo frisou que só se tratam de suspeitas.