Uma escritora russa que escrevia romances gays teve que fugir do país após ser ameaçada de morte pro conta de um deles. Elena Malíssova lançou seu livro “Verão de Lenço Vermelho”, que viralizou no TikTok e a lançou para o mundo. Porém, isso lhe custou uma perseguição liderada por grupos homofóbicos e políticos conservadores. Ela deixou a Rússia há cerca de dois anos. A informação é da Folha de S.Paulo.

O livro segue a história do menino Iura, que visita o acampamento onde viveu, na adolescência, o amor mais importante de sua vida com um garoto chamado Volódia. No local ele relembra dos sentimentos e procura vestígios de seu antigo amor.

A relação aconteceu na década de 80, durante a União Soviética, quando o sexo entre homens era proibido por lei e os homossexuais eram considerados doentes.

Nos dias atuais, a Rússia proíbe promoção do que considera “relações sexuais não tradicionais”, a classificando como “propaganda gay”. A lei visa a proteção de crianças e, há cerca de dois anos, foi endurecida, sendo estendida também para adultos.

A perseguição contra a autora começou no Telegram, com pessoas pedindo que a obra fosse censurada. As pessoas afirmavam que a trama sujava a “história da União Soviética”, fazia apologia ao fascismo por criticar o comunismo, continha pornografia e incentivava a pedofilia, entre outros argumentos.

“Esses grupos tinham milhares, até milhões de participantes. Usavam nossas fotos, diziam que queríamos transformar seus filhos em gays, escreviam que iriam nos matar”, diz Malíssova ao jornal Folha de S.Paulo.

Apoiadores da comunidade LGBTQIA+ costumam ser rejeitados pela sociedade russa. Em algumas ocasiões, eles podem ser até punidos com multas e até prisão, dependendo de quão grave o que o governo considera infração. A Rússia considerada o “movimento LGBTQIA+” como causa extremista.

O livro da autora foi publicado na internet e viralizou no Twitter e no TikTok. Isso fez com que a obra atraísse atenção e fosse parar nas livrarias.

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