Candidatos ao Governo de Goiás tentam caminhar com Jair Bolsonaro, que está em segundo lugar nas avaliações de intenções de votos

Apesar de estar ocupando constantemente a segunda posição nas pesquisas eleitorais, o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem surfado na onda de ser o preferido de pretensos candidatos ao Palácio das Esmeraldas, nas eleições deste ano. Diretamente, o apoio do chefe do Executivo é disputado pelo prefeito Gustavo Mendanha (sem partido), que tem feito uma ‘peregrinação’ quase diária à Brasília, em busca de partido e de aproximação com o presidente, e o deputado federal Major Vitor Hugo, recém filiado ao PL, e pré-candidato ao governo de Goiás, com a ‘benção’ de Bolsonaro. 

Por outro lado, o líder das intenções de votos, segundo institutos de pesquisas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não tem tido a mesma procura por pré-candidatos goianos à majoritária. O cientista político Pedro Mundim destaca que é natural que políticos busquem quem tem voto, mas que tenha também confluência ideológica. “O movimento dos principais candidatos é esse: ‘vou concorrer para governador, eu quero ver se consigo fazer algum tipo de estratégia casada, entre voto para presidente e voto para governador’”, salienta. 

Nesse sentido, se buscam aqueles que têm penetração entre o eleitorado do Estado, o que explicaria o desprezo por pré-candidatos como Ciro Gomes (PDT) e o ex-juiz Sérgio Moro (Podemos), que possuem poucos pontos de intenções de votos. Isso, então, estaria desmotivando pré-candidatos a buscarem o apoio desses nomes, sob o receio de não conseguirem ampliar a quantidade de eleitores. Ao encontrar potenciais nomes, o próximo critério é a identificação ideológica. Esse, inclusive, é o cado do deputado federal Major Vitor Hugo, “que é da base do Bolsonaro, líder do governo”, restando-lhe buscar apoio do presidente. “Não adianta ele buscar em outro lugar, porque ele não vai ter”, destaca o cientista político.

A estratégia esperada, desse modo, é de que o deputado tente impulsionar a campanha optando pela dobradinha: Vitor Hugo e Bolsonaro ou vice-versa. “Apesar que acho, no caso de Goiás, o Bolsonaro vai dar muito mais votos para o Vitor Hugo, do que Vitor Hugo ao Bolsonaro. É capaz do Vitor Hugo tirar voto do Bolsonaro”, analisa Pedro Mundim. Para ele, nesse cenário, o prefeito Gustavo tem se perdido politicamente. “Não faz sentido, Bolsonaro apoiar outro nome aqui em Goiás, que não seja o Vitor Hugo”, frisa o especialista, acrescentando que Mendanha não conseguirá um apoio da esquerda, devido não ter buscado essa alternativa.