Líder do PCC suspeito de sequestro de ex-repórter da Globo é preso por ‘acaso’
04 junho 2024 às 18h01
COMPARTILHAR
Edson Gonçalves de Siqueira, o Irmão Fênix, um dos principais suspeitos dos fornecedores de armas do Primeiro Comando da Capital (PCC), foi preso por acaso em Cubatão, litoral de São Paulo. Irmão Fênix, foragido desde 2017, é acusado de envolvimento no sequestro do ex-repórter da TV Globo Guilherme Portanova, ocorrido em 2006.
A prisão ocorreu na madrugada de 20 de maio, durante uma ação de rotina da Polícia Militar Rodoviária na Rodovia Anchieta. O veículo blindado, onde estavam Irmão Fênix e duas mulheres, foi abordado. As mulheres conseguiram fugir e permanecem foragidas.
Edson Gonçalves de Siqueira estava foragido desde 2017, quando não retornou ao sistema prisional após uma “saidinha” temporária. Cumpre pena por homicídio, organização criminosa, tráfico de drogas e de armas, totalizando mais de 50 anos de prisão.
A Polícia Militar foi alertada sobre uma tentativa de roubo na Rodovia Anchieta. Durante a ronda, os policiais encontraram um Volvo XC60 estacionado, com Irmão Fênix e duas mulheres no interior. Ao tentar abordar o veículo, Irmão Fênix assumiu a direção e iniciou uma fuga, que terminou após colidir com dois carros. Ele ainda tentou fugir a pé, mas não conseguiu.
Os policiais identificaram que as placas utilizadas no veículo Volvo eram falsificadas, enquanto as placas originais estavam guardadas no porta-malas do carro blindado. Este automóvel foi adquirido por R$ 40 mil de um empresário em Guarulhos, região metropolitana de São Paulo, por uma mulher cujo endereço está registrado na favela de Heliópolis, localizada na zona sul da capital paulista.
Inicialmente, o líder do PCC apresentou aos policiais documentos falsos. No entanto, conforme os registros, ele posteriormente admitiu ser o indivíduo procurado pela Justiça, contra quem havia um mandado de prisão expedido.
Envolvimento no sequestro de ex-repórter
Em 2006, Irmão Fênix foi acusado de armar membros do PCC durante os Ataques de Maio e participou do sequestro de Guilherme Portanova e Alexandre Calado, próximo à sede da TV Globo em São Paulo.
No mesmo ano, ele foi detido pela Polícia Federal (PF) sob suspeita de fornecer armamentos à facção. Alexandre foi solto após 40 horas, portando um DVD e incumbido de entregá-lo à direção da Globo.
Após extensas deliberações entre os executivos e proprietários da emissora, decidiram divulgar o conteúdo do DVD para assegurar a segurança do profissional. Tratava-se de um manifesto do PCC criticando o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD).
Depois de uma trajetória de 14 anos na Globo, o jornalista passou quatro anos trabalhando na TV Record, em Brasília. No final do ano passado, desligou-se da emissora para assumir a apresentação de um programa na TV Brasil.
Leia também: