Lewandowski para senadores: “Os senhores são juízes e não acusadores”
29 agosto 2016 às 14h20

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Presidente do Supremo afirmou que prioridade no interrogatório é questionar Dilma sobre pontos relativos ao processo para que ela possa se defender

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, que preside o julgamento do impeachment no Senado Federal, advertiu os senadores nessa segunda-feira (29/8) para que eles se atenham a fazer perguntas à presidente afastada Dilma Rousseff (PT). Em resposta ao senador Aloysio Nunes, ele disse que a prioridade é que ela se defenda e declarou: “Os senadores são juízes, não são acusadores”.
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Na ocasião, Aloysio queria saber se os senadores teriam direito a falar quando citados no discurso. “Ficou estabelecido em comum acordo que cada senador terá até cinco minutos para perguntar. Mas não há previsão sobre o direito de resposta se alguém for nominalmente citado ou em caso de eventual agressão verbal”, pontuou ele.
Lewandowski argumentou, no entanto, que um interrogatório não é, como relacionou o senador, uma sessão ordinária e que, portanto, o que prevalece não é o regimento interno da casa, mas sim os procedimentos de um julgamento normal. Nesta fase do processo, prevalece a manifestação da acusada, que tem tempo indefinido para responder aos questionamentos dos senadores.
“Neste momento, ela está defendendo seu mandato, sua honra pessoal e biografia. É natural que nós demos a ela uma amplitude maior de expressão”, lembrou ele. As manifestações dos senadores ao serem citados só deverão ser autorizados em caso de injúria.