Léo Pinheiro diz que OAS assumiu obra deficitária na Bolívia para agradar Lula
16 setembro 2019 às 08h58

COMPARTILHAR
Defesa do petista diz que empresário fabricou uma versão incriminatória contra Lula para obter os benefícios que lhe foram prometidos

O empresário Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, disse em delação que o ex-presidente Lula intermediou negócios da empresa com governos na Costa Rica e no Chile. Além disso, Pinheiro destacou que a OAS assumiu obra deficitária na Bolívia para agradar o líder petista.
De acordo com informações publicadas pelo jornal Folha de S. Paulo, a intenção do ex-presidente era evitar um estremecimento nas relações com o governo de Evo Morales.
O jornal paulista mostrou também que o empresário teria afirmado que ex-presidente prometeu à OAS a obtenção de outro contrato na Bolívia como forma de compensação à empresa que assumiu um projeto deficitário.
A delação de Léo Pinheiro foi fechada com a Procuradoria-geral da República e homologada neste mês pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O empresário, que foi o principal acusador de Lula no caso do Tríplex, está preso desde 2016.
No ano de 2017, em outra proposta de delação, Pinheiro também falou sobre uma reunião com a então presidente da Costa Rica, Laura Chinchilla, na qual Lula Teria apresentado a empresa para atuação em obras públicas no país.
No Chile, a empresa temia perder o contrato com a mudança de governo. Novamente, segundo Pinheiro, o petista teria entrado em ação e conversado com o ex-presidente chileno, Ricardo Lagos, que teria garantido a continuidade da empresa na obra de construção de uma ponte.
No entanto, o petista teria pedido dinheiro da OAS para campanha de Michelle Bachelet, do Partido Socialista — o mesmo de Lagos. Segundo a delação, após o pedido, Pinheiro autorizou pagamento de 101,6 millhões de pesos chilenos — equivalente a R$ 400 mil reais à época.
De acordo com a Folha de S. Paulo, caberá ao Ministério Público de à Justiça decidir pela reabertura das investigações em caso de indícios de irregularidades.
Defesa
Em nota, a defesa do petista disse que “a mentira negociada é a estratégia da Lava Jato para promover uma perseguição política contra o ex-presidente”.
Em outro trecho a defesa argumenta que da prisão, Léo Pinheiro “fabricou” uma versão incriminatória contra Lula. Isso, segundo o advogado, para “obter os benefícios que lhe foram prometido, alterando o comportamento por ele adotado durante a fase de investigação”.