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Defesa do petista diz que empresário fabricou uma versão incriminatória contra Lula para obter os benefícios que lhe foram prometidos

Foto: Reprodução

O empresário Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, disse em delação que o ex-presidente Lula intermediou negócios da empresa com governos na Costa Rica e no Chile. Além disso, Pinheiro destacou que a OAS assumiu obra deficitária na Bolívia para agradar o líder petista.

De acordo com informações publicadas pelo jornal Folha de S. Paulo, a intenção do ex-presidente era evitar um estremecimento nas relações com o governo de Evo Morales.

O jornal paulista mostrou também que o empresário teria afirmado que ex-presidente prometeu à OAS a obtenção de outro contrato na Bolívia como forma de compensação à empresa que assumiu um projeto deficitário.

A delação de Léo Pinheiro foi fechada com a Procuradoria-geral da República e homologada neste mês pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O empresário, que foi o principal acusador de Lula no caso do Tríplex, está preso desde 2016.

No ano de 2017, em outra proposta de delação, Pinheiro também falou sobre uma reunião com a então presidente da Costa Rica, Laura Chinchilla, na qual Lula Teria apresentado a empresa para atuação em obras públicas no país.

No Chile, a empresa temia perder o contrato com a mudança de governo. Novamente, segundo Pinheiro, o petista teria entrado em ação e conversado com o ex-presidente chileno, Ricardo Lagos, que teria garantido a continuidade da empresa na obra de construção de uma ponte.

No entanto, o petista teria pedido dinheiro da OAS para campanha de Michelle Bachelet, do Partido Socialista — o mesmo de Lagos. Segundo a delação, após o pedido, Pinheiro autorizou pagamento de 101,6 millhões de pesos chilenos — equivalente a R$ 400 mil reais à época.

De acordo com a Folha de S. Paulo, caberá ao Ministério Público de à Justiça decidir pela reabertura das investigações em caso de indícios de irregularidades.

Defesa

Em nota, a defesa do petista disse que “a mentira negociada é a estratégia da Lava Jato para promover uma perseguição política contra o ex-presidente”.

Em outro trecho a defesa argumenta que da prisão, Léo Pinheiro “fabricou” uma versão incriminatória contra Lula. Isso, segundo o advogado, para “obter os benefícios que lhe foram prometido, alterando o comportamento por ele adotado durante a fase de investigação”.