Lei Magnitsky pressiona bancos brasileiros; Banco do Brasil é o mais exposto

21 agosto 2025 às 18h03

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O mercado financeiro acompanha de perto cada movimento dos grandes bancos diante do impasse criado pela aplicação da Lei Magnitsky, que pode gerar punições tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. A legislação norte-americana, que impôs sanções ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, coloca as instituições financeiras em uma situação delicada: se aplicarem medidas contra cidadãos brasileiros por ordens estrangeiras, podem ser punidas pelo Supremo; se não aplicarem, arriscam penalidades nos EUA.
No centro dessa tensão está o Banco do Brasil. Na última terça-feira, 19,, os papéis do banco público recuaram 5%, desempenho significativamente pior que o de seus pares privados, como Itaú, Bradesco e BTG Pactual, que registraram quedas menores.
Especialistas apontam que o BB está mais exposto à legislação americana por conta de sua estrutura estatal. “O funcionalismo público tem presença maior no Banco do Brasil. Por ter um controlador estatal, ele está mais suscetível a se inclinar à legislação brasileira, enquanto o setor privado pode encontrar formas de mitigar os prejuízos”, afirma Nícolas Merola, analista da EQI Research, em entrevista à Veja.
Merola explica que bancos privados podem, por exemplo, encerrar contas de cidadãos sancionados alegando outros motivos, reduzindo riscos de confrontos internacionais. Já o Banco do Brasil, por ter o Estado como controlador, tem maior probabilidade de adotar medidas de proteção a ministros, o que aumenta sua exposição.
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