Corpo de Lázaro ainda está sendo analisado pelos profissionais; informação foi confirmada por policiais envolvidos no comando da operação

Lázaro dando entrada no Hospital Municipal Bom Jesus, em Águas Lindas de Goiás | Foto: Captura de tela de vídeo/Reprodução

Policiais envolvidos no comando da operação que, por vinte dias, procuraram Lázaro Barbosa na região de Cozalzinho de Goiás e Girassol confirmaram a morte do homem suspeito de matar uma família de quatro pessoas em Ceilândia, no entorno do Distrito Federal. Com 32 anos, o homem foi capturado e encaminhado ao Hospital Municipal Bom Jesus, em Águas Lindas de Goiás, no entanto, não resistiu. O corpo de Lázaro ainda está sendo analisado pelos profissionais.

Na madrugada desta segunda-feira, 28, após denúncia de que o homem teria sido visto, por volta das nove horas da noite, no Setor Itamaracá, policiais saíram às pressas da base da ação e se dirigiram ao município de Águas Lindas de Goiás. Uma moradora do município afirmou ter ouvido o homem tentando invadir sua casa, por volta das nove e meia da noite de domingo, 27. Ela também alegou ter ouvido um diálogo entre o suspeito e os policiais, após a meia noite, quando os agentes pediram para que Lázaro se entregasse.

De acordo com informações preliminares, Lázaro foi ferido durante troca de tiros com a polícia. A suspeita é de que, nos últimos dias, o homem estaria escondido na casa de sua ex-sogra. O embate entre os agentes e Lázaro foi próximo a essa residência.

Veja o vídeo da captura de Lázaro Barbosa:

https://www.youtube.com/watch?v=6enikdWHWHA&feature=youtu.be
Vídeo: Felipe Carvalho

Linha do tempo da investigação

Durante o crime em Ceilândia, Lázaro invadiu a chácara de Cláudio Vidal de Oliveira, de 48 anos, que morava com a esposa, Cleonice Marques Andrade, e os filhos Gustavo Marques Vidal e Carlos Eduardo Marques Vidal. Ao perceber que a esposa de Cláudio estava tentando ligar para um familiar para relatar o caso, Lázaro teria matado o homem, os dois filhos e fugido com Cleonice.

No dia seguinte, o suspeito ainda teria invadido outra chácara que se localiza a 3km do terreno de Cláudio. Silvia Campos, proprietária do local, afirmou à polícia ter ficado mais de três horas sobre a mira de Lázaro e ter sido obrigada pelo autor, junto ao caseiro, a usarem maconha. Ao fim, Lázaro teria fugido da segunda chácara com dinheiro, celulares e uma jaqueta. Na sexta feira, ele roubou um carro, se dirigiu à Cocalzinho de Goiás e logo queimou o veículo. Durante o fim de semana, no sábado ele invadiu uma fazenda, atirou em três pessoas e colocou fogo em uma casa. Já no domingo, furtou um carro para fugir da polícia e foi visto na BR-070, mas abandonou o veículo.

Já na segunda-feira, 14, ele também foi filmado por câmeras de monitoramento de um galpão de uma chácara, local onde teria dormido e pedido comida aos moradores antes de emplacar outra fuga. Um dia após Lázaro ter sido filmado pela moradora de uma fazenda durante as buscas policiais, de ter sequestrado uma família (que foi posteriormente liberada) e ter atirado em agentes que foram atingidos de razão, na última quarta-feira, 16, o suspeito foi visto em uma área rural por um morador. Ao todo, nesta quinta-feira, 17, o suspeito fez duas aparições e teve um confronto com os policiais. Uma casa abandonada ainda foi incendiada e, apesar das suspeitas de ter relação com Lázaro, a polícia ainda não conseguiu comprovar a ligação.

Na última sexta-feira, 18, um caseiro morador da região de Cocalzinho de Goiás, relatou que Lázaro teria invadido a fazenda de um vizinho e roubado itens da casa como carregador de celular, queijo e R$ 30. Pouco depois, teria sido visto em uma mata próxima, e a equipe policial foi chamada. No entanto, somente um rastro de sapato foi encontrado. Já na noite deste sábado, 19, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) avistou Lázaro Barbosa de helicóptero em uma mata localizada próxima de Cocalzinho de Goiás. No domingo, 20, a operação foi reforçada com dois cães do Corpo de Bombeiros de Goiás, inteirando os cinco que atuam na força-tarefa, incluindo a incluindo a cadela Cristal, que atuou no acidente de Brumadinho, Minas Gerais, em 2019.

Na segunda-feira, 21, uma moradora alegou ter visto um homem parecido com Lázaro andando por uma propriedade rural e mancando de uma perna. Após o registro da denúncia, policiais e bombeiros verificaram a área indicada com cães farejadores. Na denúncia, a mulher afirmou que após a família acordar com latidos de cachorros, na madrugada desta segunda, avistou um homem, a uma distância de aproximadamente 20 metros, que carregava uma mochila nas costas e caminhava mancando. A chácara da família em questão é localizada no limite entre Águas Lindas de Goiás e Cocalzinho, no bairro Águas Bonitas.

Ainda na terça-feira, 22, policiais encontraram carro queimado na área de buscas pelo foragido. No entanto, nenhum morador da região chegou a denunciar o furto de veículos. Nas matas próximas uma residência na expansão de Águas Lindas, a 4km da cidade, também foram encontrados um lençol de cor clara sujo de terra, sem marcas de sangue aparente, e um serrote de cerca de um metro de comprimento. Os objetos estavam próximos um do outro. Durante a operação, os agentes já haviam se deparado com outros objetos atribuídos ao criminoso, entre eles uma carta e velas de sete dias.

Na quinta-feira, 24, o secretário de Segurança Pública de Goiás, Rodney Miranda, confirmou, em coletiva de imprensa, que agentes policiais goianos teriam efetuado a prisão de duas pessoas que seriam comparsas de Lázaro Barbosa e estariam o ajudando a se esconder e a fugir da força-tarefa que faz o cerco ao criminoso. Após negarem o apoio ao foragido, o fazendeiro Elmir Caetano Evangelista e o caseiro Alain Reis dos Santos acabaram entrando em contradição nos depoimentos e assumiram o crime.

Nesta sexta-feira, 25, fazendeiro e o caseiro presos suspeitos de ajudar Lázaro Barbosa foram alvos de audiência. A última atualização sobre o foragido é de que ele teria tentado comprar salgadinhos em uma padaria do povoado de Girassol, ainda na sexta-feira, segundo informações repassadas por uma atendente. No entanto, o homem teria fugido antes que ela ou a patroa conseguissem chapar os policiais que integram a força-tarefa.