Documentos apresentam datas que não existem no calendário. Defesa nega falsidade

A força-tarefa da Operação Lava Jato afirmou ao juiz federal Sérgio Moro que os recibos apresentados pela defesa do ex-presidente Lula, para comprovar o pagamento de aluguel do apartamento 121, do edifício Hill House, em São Bernardo do Campos (SP), são “ideologicamente falsos”. A informação é do jornal Estado de São Paulo.

Nos recibos, existe, por exemplo, a data 31 de novembro, que não existe no calendário, já que o mês de novembro conta apenas com 30 dias.

De acordo com a publicação, o Ministério Público Federal entrou com um incidente de falsidade para apurar a autenticidade dos documentos apresentados e cobra os recibos originais.

“Sem margem à dúvida que os recibos juntados pela defesa de Luiz Inácio Lula da Silva são ideologicamente falsos, visto que é simulada a relação locatícia representada pelo engendrado contrato de locação”, afirmou a Procuradoria da República.

O ex-presidente Lula é réu por corrupção passiva e lavagem de dinheiro em ação penal sobre supostas propinas da Odeberecht.

Em nota, o advogado Cristiano Zanin Martins, defensor do ex-presidente Lula, reagiu à nova ofensiva da força-tarefa da Lava Jato. “A realização de perícia nos recibos irá demonstrar que eles são idôneos e que foram assinados pelo proprietário do imóvel, dando quitação dos aluguéis à D. Marisa, que contratou a locação. O questionamento do MPF é uma tática ilusionista de quem não conseguiu provar que valores provenientes de contratos da Petrobras beneficiaram o ex-Presidente Lula”, disse.