A Justiça impediu o magnata americano Rupert Murdoch de alterar seu contrato de fideicomisso (instrumento de planejamento sucessório) para deixar seu filho mais velho, Lachlan, como seu sucessor no comando da Fox. A informação foi publicada pelo jornal “The New York Times” na segunda-feira, 9.

A decisão, emitida no último sábado, um comissário de sucessões concluiu que Rupert, que tem 93 anos, e seu filho Lachlan agiram de “má-fé” ao tentarem modificar os estatutos do documento que outorga as rédeas pelo império de comunicação.

O caso foi discutido em Reno, Nevada, onde Murdoch havia ido ao tribunal em setembro para alterar o documento. A intenção era deixar Lachlan, que comanda a Fox News e a News Corp, proprietária do jornal “The Wall Street Journal” e outros jornais britânicos e australianos, desde 2023.

O contrato deixa o conglomerado de mídia aos quatro filhos mais velhos do bilionário divididos igualmente. Já os demais filhos de Rupert, James, Prudence e Elisabeth, se opõem à mudança.

O interesse do magnata é preservar a tendência conservadora de seu império, com a qual Lachlan está alinhado.

A intenção do bilionário é impedir interferências dos três irmãos de Lachlan, que são mais moderados politicamente. O canal Fox News, carro-chefe do grupo, é um dos grandes apoiadores do setor conservador e é atuante na batalha ideológica nos Estados Unidos. A Fox foi acusada de alimentar desinformação sobre as vacinas contra a covid-19 e de ter amplificado as alegações de que a eleição presidencial de 2020 foi manipulada em detrimento de Donald Trump.

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