Justiça goiana inicia teste de aplicativo que dá suporte à vítima de violência doméstica
07 maio 2020 às 16h22
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Plataforma possibilita acesso da mulher a serviços sociais e de segurança. Juiz destaca importância da ferramenta
Por iniciativa do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO), a comarca de Trindade dará inicio em breve ao projeto piloto de um aplicativo para assistência às vítimas de violência doméstica. A plataforma já é utilizada em 150 países e possibilita desde o acesso a assistência psicossocial a até centrais de monitoramento de segurança.
Ao Jornal Opção, o vice-presidente da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do TJGO, o juiz Vitor Umbelino, explica que o projeto piloto já teria sido iniciado, mas que enfrenta dificuldades em razão das novas dinâmicas de trabalho impostas pela crise do coronavírus.
O magistrado destaca que a escolha por iniciar os testes em Trindade se deu por iniciativa do juiz da comarca do município, André Lacerda, que observa o crescimento dos casos de violência contra a mulher. “Nesse formato que propuseram, nós iniciaremos o projeto com 15 mulheres por um período de 90 dias”, explica a dinâmica de avaliação, que deve escolher os casos classificados como de maior riscos.
Conforme informa o TJGO, o projeto será elaborado por meio de reuniões com o Ministério Público, Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher de Trindade, Defensoria Pública, Polícia Militar, OAB e Guarda Civil municipal.
Custo-benefício
Um ponto que deve impulsionar a implementação da plataforma em outros municípios é o baixo custo comparado ao “botão anti-pânico”, ressalta o juiz Vitor Umbelino. “Além do alto custo dos botões, que precisam de todo o conjunto [botão para a vítima e tornozeleira para o agressor], nós temos poucas unidades disponíveis no Estado”, afirma Umbelino.
“A primeira questão seria uma ferramenta de baixo custo e o segundo a necessidade de um canal de comunicação que fosse efetivo, de forma a proporcionar proteção mais qualificada. no aplicativo ela poderá contar não só com o canal de segurança, mas com toda a rede de proteção”.
Após o período de testes em Trindade, os órgãos que participam do projeto irão avaliar a funcionalidade da ferramenta e só após os possíveis reparos o aplicativo deve avançar para novos municípios, informa o juiz.
Sobre a possibilidade da vítima não possuir um celular que comporte o aplicativo, o juiz diz que outros métodos devem ser buscados para alcança-las, mas diz que é necessário esforço para o avanço tecnológicos. “O Brasil precisa avançar em vários temas, mas também nas questões tecnológicas e de internet”, finaliza.