Justiça condena homem que abusava de afilhada de 12 anos em Goiás
03 julho 2017 às 18h11

COMPARTILHAR
Segundo desembargadora, padrinho se aproveitou da confiança da garota para cometer crimes sexuais

A 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) condenou um homem (que não foi identificado) a mais de dez anos de prisão por abusar sexualmente da afilhada menor de idade.
Conforme a desembargadora Carmecy Rosa Maria Alves de Oliveira, relatora do caso, o acusado se aproveitou da confiança estabelecida com a vítima para cometer os crimes. O caso aconteceu em Joviânia (a 174 quilômetros da capital).
Foram três ocasiões nas quais o homem cometeu violência sexual contra a criança, na época com 12 anos de idade, de acordo com denúncia feita pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO). Apesar dos depoimentos, testemunhas e laudo psicológico, a defesa alegou falta de provas materiais.
No entanto, não houve conjunção carnal durante os abusos, o que não deixou vestígios passíveis de serem constados por perícia. Mesmo assim, a desembargadora reconheceu as evidências.
“A ausência de constatação de vestígios no Laudo de Exame Pericial de Corpo de Delito não tem o condão de desconstituir a existência/materialidade da prática criminosa, haja vista que, nos crimes sexuais, máxime tratando-se de atos libidinosos diversos da conjunção carnal, a conduta nem sempre deixa vestígios, o que desobriga, inclusive, a realização da aludida perícia médica, em consonância com o teor do artigo 158 do Código de Processo Penal, sendo possível comprovar a existência material do delito por meio de outras provas, inclusive, testemunhal, conforme regula o artigo 167 do Digesto Penal de Ritos”, defendeu.
Carmecy de Oliveira também frisou que o conjunto probatório está “harmônico”. Consta dos autos que o condenado buscou a afilhada algumas vezes no clube e a levou para a sua casa, onde cometeu os abusos. Para ameaçar a menina, o homem dizia que caso ela falasse para alguém daria “cadeia e morte” e ainda lhe entregava quantias em dinheiro, entre R$ 20 e R$ 50.
Os abusos foram descobertos quando uma amiga da mãe da menina a viu entrando no carro do homem e, desconfiada, ligou para a genitora. No mesmo dia, mais tarde, a mãe questionou a criança, que relatou o que vinha sofrendo.