O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) concedeu liminar que libertou o médico e ex-deputado estadual por Goiás Iram Saraiva, preso na última quarta-feira, 2, sob suspeita de estuprar a filha de 2 anos. A decisão foi proferida nessa sexta-feira, 3, após pedido da defesa.

Iram, que é oftalmologista, foi deputado estadual pelo MDB entre 1999 e 2007 e atuou como vereador em Goiânia. Ele é filho do ex-senador e ex-ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Iram Saraiva, falecido em 2020.

De acordo com o despacho que determinou a soltura, “não há prova da existência do crime nem indício suficiente de autoria” até o momento.

A prisão havia sido realizada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, após seis meses de investigação. Nesse período, foram colhidos depoimentos, produzidos laudos por um pediatra e um psicólogo, e a criança foi ouvida por profissionais especializados. O Ministério Público já apresentou denúncia contra o médico, e o celular dele foi apreendido durante cumprimento de mandado de busca e apreensão.

O advogado Alexandre Mallet, responsável pela defesa, afirmou que Iram é inocente e atribuiu a acusação a conflitos familiares.

“Iram foi acusado por sua ex-esposa de ter transmitido herpes para sua filha. Por isso, submeteu-se voluntariamente a exames laboratoriais, que comprovaram não ser portador desse vírus. O laudo do exame de corpo de delito realizado na menor não apontou qualquer indício de violência”, afirmou o defensor.

A defesa também destacou que o médico cooperou com as investigações. “Ele entregou as senhas de todos os seus dispositivos eletrônicos, nos quais nada de ilícito foi encontrado”, completou Mallet. O caso segue sob análise da Justiça do Rio de Janeiro.

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