Justiça afasta dirigente de instituição de acolhimento de idosos suspeito de maus-tratos em Corumbá de Goiás

18 dezembro 2024 às 15h31

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A Justiça acatou pedido do Ministério Público de Goiás (MPGO) e determinou o afastamento provisório da dirigente da instituição de acolhimento de idosos Recanto Dos Avós suspeita de maus-tratos e abusos financeiros, em Corumbá de Goiás. O pedido ocorreu após visita de inspeção na instituição.
De acordo com o MPGO, a inspeção, realizada pelo promotor de Justiça Bruno Henrique da Silva Ferreira, constatou a existência de ilegalidades. Idosos teriam relatado a prática de maus-tratos, agressões físicas e psicológicas, retenção de cartão bancário e destinação de proventos para finalidade diversa por parte da dirigente.
Os idosos informaram ao MPGO que a responsável pelo local é agressiva, violenta e agride verbal e fisicamente os abrigados. Contaram também que ela ludibriou alguns deles para que contratassem empréstimos e repassassem para ela o valor. Funcionários teriam confirmado as declarações dos idosos e afirmaram que o local utilizava alimentos vencidos e tinha escassez de produtos de limpeza.
O Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa do município também inspecionou o local e constatou que a lavanderia não segue os procedimentos de lavagem exigidos pelos órgãos de Vigilância Sanitária. Além disso, ficou constatado a falta de cuidadores, sendo apenas um por turno, o que seria insuficiente para atender ao local.
Barras de proteção em banheiros, quartos com cheiro de urina, utilização de medicações e alimentos vencidos, conservação de insulina de maneira inadequada, situações que revelam negligência e omissão por parte da responsável pela instituição também foram constatados.
Após a investigação, o Ministério Público ajuizou ação civil pedido de tutela de urgência antecipada, solicitando que os idosos atualmente abrigados no local sejam entregues imediatamente aos cuidados de seus familiares ou removidos para uma Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPI), às custas do município.
Já no âmbito criminal, o MP pediu a aplicação de medidas cautelares diversas, as quais foram acolhidas pela Justiça. Assim, a dirigente está proibida de frequentar a casa de repouso, manter, por qualquer meio, contato com as pessoas relacionadas aos fatos criminosos – vítimas (idosos acolhidos na instituição) e testemunhas (funcionários que trabalham na instituição).
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