Nesta quarta-feira, 26, o ator norte-americano Kevin Spacey foi absolvido por um júri em um tribunal de Londres de acusações de crimes sexuais feitas por quatro homens.

Após mais de 12 horas de deliberação, o júri considerou o vencedor do Oscar inocente de nove acusações, incluindo agressão sexual, levar uma pessoa a se envolver em atividade sexual sem consentimento e levar uma pessoa a se envolver em atividade sexual com penetração.

Kevin Spacey, estrela de Hollywood de 64 anos, enfrentou acusações históricas de crimes sexuais que supostamente ocorreram entre 2004 e 2013, período durante o qual atuou como diretor artístico no teatro Old Vic de Londres. O ator sempre afirmou sua inocência em relação a todas as acusações.

Quando prestou depoimento, Kevin Spacey Fowler, julgado sob seu nome completo, ele afirmou que o caso contra ele era fraco e que, se houve incidentes, foram consensuais. Ele admitiu ser promíscuo, um “grande namorador” que se envolvia em “encontros sexuais casuais e indiscriminados”.

Seu advogado, Patrick Gibbs, defendeu que gostar de sexo ou praticar sexo casual não é crime, mesmo para uma pessoa famosa, e enfatizou que “não é crime fazer sexo com alguém do mesmo sexo, porque é 2023, não 1823”.

Durante o julgamento, Kevin Spacey chorou quando o júri anunciou o veredito de inocência. Em uma breve declaração aos repórteres fora do tribunal, logo após o veredicto, Spacey expressou que estava “humilhado”.

“Imagino que muitos de vocês possam entender que há muito para eu processar depois do que aconteceu hoje. Mas gostaria de dizer que estou imensamente grato ao júri por ter se dado ao trabalho de examinar cuidadosamente todas as evidências e todos os fatos, antes de tomarem sua decisão. E estou honrado com o resultado de hoje”, declarou.

O ator conquistou duas estatuetas do Oscar por suas atuações em “Os Suspeitos” (1995) e “Beleza Americana” (1999).

Após sair de “House of Cards”, o ator retomou sua carreira nos últimos anos. Ele foi protagonista na série da Netflix por cinco temporadas, mas acabou sendo demitido em 2017 devido a acusações de má conduta, tanto dentro quanto fora do set.

Crimes sexuais

O primeiro acusador alegou que Kevin Spacey sentou-se na frente de um carro ao lado dele enquanto dirigia, e de maneira inapropriada, agarrou sua mão e a colocou em sua virilha. Spacey nega categoricamente que tal incidente tenha ocorrido.

O segundo acusador relatou que durante um evento de caridade, Kevin Spacey o agrediu colocando a mão em sua perna e segurando sua virilha com “tamanha força que doeu”. Novamente, Spacey nega veementemente essa acusação e afirma que isso nunca aconteceu.

O terceiro acusador afirmou que conheceu Kevin Spacey enquanto trabalhava em um pub na Inglaterra e, mais tarde naquela noite, durante uma festa na casa de férias do ator, Spacey “se aproximou dele e lhe deu um abraço” beijou seu pescoço, agarrou sua virilha e “apertou”, pedindo para ele “ser legal”. O homem alega que empurrou Spacey e saiu rapidamente, pedindo ao pai para buscá-lo. Kevin Spacey admitiu que foi um “passe desajeitado”, mas negou ter agredido sexualmente o homem.

A acusação mais séria veio do quarto acusador, um aspirante a ator, que afirmou que entrou em contato com Kevin Spacey buscando conselhos sobre carreira após uma breve interação em uma produção teatral. Spacey o convidou para seu apartamento em Londres duas semanas depois e, segundo o denunciante, agrediu-o sexualmente.

Ele alegou que foi drogado pelo ator e acordou para encontrar Spacey envolvido em atividade sexual com ele. Kevin Spacey, por sua vez, afirmou que foi “uma noite consensual, muito agradável e adorável”.

Em um caso anterior, Kevin Spacey foi inocentado das acusações de assédio em 1986, apresentadas por Anthony Rapp.

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