Juquinha das Neves é preso em nova operação da PF
02 junho 2017 às 09h25

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Ex-presidente da Valec é acusado de lavagem de dinheiro, recebimento de propina e ocultação de patrimônio

A Polícia Federal prendeu, na manhã desta sexta-feira (2/6), o ex-presidente da Valec José Francisco das Neves, o Juquinha, em desdobramento da operação “De Volta aos Trilhos”, deflagrada na última semana.
Juquinha e seu filho Jader Ferreira das Neves (que também está preso desde o dia 25 de maio) são acusados de continuarem a lavar dinheiro oriundo de propina, mantendo oculto parte do patrimônio amealhado, mesmo após a PF ter descoberto o esquema na empresa de transportes.
Segundo o MPF-GO, o novo pedido de prisão baseou-se nos depoimentos prestados por Fábio Júnio Santos Pereira e Mário Césio Ribeiro, que foram conduzidos coercitivamente no dia 25 de maio. Ouvidos pela Polícia Federal, os dois teriam confirmado o envolvimento direto de Juquinha em todos os atos de lavagem de dinheiro.
O Ministério Público Federal em Goiás (MPF-GO) havia solicitado a prisão, mas o pedido tinha sido negado pela Justiça. Após a primeira fase, a procuradoria conseguiu um mandato de prisão contra o ex-presidente.
De volta aos trilhos
A operação, que é um desdobramento das investigações da Operação “Lava jato” e nova etapa das Operações “O Recebedor” e “Tabela Periódica”, baseia-se em acordos de colaboração premiada assinados com o MPF-GO pelos executivos das construtoras Camargo Corrêa e da Andrade Gutierrez, que confessaram o pagamento de propina ao então presidente da Valec, José Francisco das Neves, o Juquinha, bem como em investigações da Polícia Federal em Goiás, que levaram à identificação e à localização de parte do patrimônio ilícito mantido oculto em nome de terceiros (laranjas).
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Segundo o MPF, as prisões foram pedidas porque se apurou que os investigados, mesmo depois de condenados, continuam a cometer crimes de lavagem de dinheiro (estão em plena atividade criminosa), estão produzindo provas falsas no processo para ludibriar o juízo e assegurar impunidade, além de custearem parte de sua defesa técnica (advogados) com dinheiro de propina.
Juquinha e seu filho já foram condenados no âmbito da operação Trem Pagador a, respectivamente, 10 e 7 anos de reclusão, por formarem quadrilha e lavarem aproximadamente R$20 milhões provenientes da prática de crimes de cartel, fraudes em licitações, peculato e corrupção nas obras de construção da Ferrovia Norte-Sul, praticados por Juquinha quando presidiu a empresa pública Valec. Ambos aguardavam o julgamento de seus recursos em liberdade. (As informações são da Assessoria de Imprensa do Ministério Público Federal em Goiás)
