Juntos na mesma coligação, Ronaldo Caiado e Isaura Lemos minimizam divergências entre Democratas e PCdoB
02 julho 2014 às 18h46
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Coordenador de Planejamento da campanha de Iris Rezende, Barbosa Neto, evidenciou diferenças entre as legendas ao afirmar que o ideal não seria nem “o Estado mínimo pregado pelo DEM e nem o Estado máximo do PCdoB”
A fala de Barbosa Neto, coordenador de Planejamento da campanha do candidato do PMDB ao governo, Iris Rezende, de que o ideal não seria nem “o Estado mínimo pregado pelo DEM e nem o Estado máximo do PCdoB” deixou em evidência, novamente, a divergência de posicionamentos dentro da aliança. A dissonância de posições na chapa encabeçada por PMDB-SDD-DEM tem sido motivo de discussões desde que foi anunciada, em 18 de junho.
A declaração de Barbosa Neto foi proferida durante a apresentação do plano de governo de Iris, nesta terça-feira (1º/7). Na ocasião, ele falava sobre a questão da descentralização da administração pública e redução da máquina estatal, e acabou escancarando as diferenças entre os aliados da direita e da esquerda.
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“Essa discussão de direita e esquerda já está ultrapassada”, defendeu o presidente do DEM-GO e deputado federal, Ronaldo Caiado. Segundo ele, todos os países “que deram certo” e os Estados que cresceram não apoiavam suas ações meramente em posições políticas, mas empregaram aquilo que era eficiente.
Questionado se portanto ele concordava que o “meio-termo” seria o melhor caminho, Caiado discordou. “Não tem essa de ‘meio’ ser o melhor caminho. A questão é analisar o que pode ser feito de melhor pelo transporte, o que pode ser feito de melhor para a saúde e o que pode ser feito de melhor pela segurança pública”, pontuou. “O que o povo quer é resultado e transparência.”
Caiado explicou que ainda não participou de reuniões com toda a coligação por ter estado em Brasília nos últimos dias, mas ressalta que não deve haver qualquer dificuldade com o PCdoB. “O Democratas apoiou Aldo Rebelo (PCdoB-AL) para a presidência da Câmara dos Deputados. Fomos a maior base de sustentação dele e depois o apoiamos para a relatoria do Código Florestal”, salientou. “Eu analiso pessoas, não tenho atitude discriminatória.”
A presidente do PCdoB de Goiás, deputada estadual Isaura Lemos, reforça o discurso de que não há atritos dentro da coligação. Ela contou que o partido ainda não teve reuniões com Barbosa Neto ou com qualquer representante do PMDB para tratar do plano de governo porque está, no momento, ocupada com a questão dos registros para estas eleições, mas diz acreditar que não deve haver maiores querelas com outros partidos que compõem o grupo.
“Nós temos nossas propostas e as levamos ao Iris”, disse a deputada. “Tratamos de questões que entendemos como reformas estratégicas que o Brasil necessita.”
Entre os pontos levantados pelo PCdoB, citados por Isaura, estão a reforma política, o marco regulatório da mídia, a tributação de grandes fortunas e a reforma do Judiciário. Todas essas questões refletem exatamente as diferenças de posicionamentos entre o partido comunista e o Democratas, então como fica essa situação? “Se houver divergências vamos nos posicionar, debater e unir os pontos em comum. Da mesma forma que há diferenças, há fatores que nos unem”, diz.
“Sobre essa questão de Estado máximo e Estado mínimo, de intervenções do Estado na economia, tudo depende das condições objetivos da realidade”, finalizou a deputada.