Acusados pelo assassinato da empresária e seu sobrinho têm recorrido em instâncias superiores há 17 anos. Adiamento atende pedido do MPGO para melhor análise do processo

Martha Cosac e Henrique Talone / Foto: Reprodução -  TV Anhanguera
Martha Cosac e Henrique Talone / Foto: Reprodução – TV Anhanguera

Depois de 17 anos, ficou para o dia 15 de outubro o julgamento de Frederico Rocha Talone e Alessandri da Rocha Almeida, réus no caso Martha Cozac, empresária assassinada em 1996 junto com seu sobrinho, Henrique Tolone, de 11 anos. O adiamento foi decidido pelo juiz Jesseir Coelho de Acantara, do 1º Tribunal do Júri de Goiânia, que atendeu pedido do Ministério Público de Goiás (MPGO). A data anterior era para 28 de maio, porém o MP alegou precisar de mais tempo para a análise do processo, dividido em 23 volumes mais os apensos.

Segundo o MP, os diversos recursos e seus trâmites em instâncias superiores ao longo de quase duas décadas tornou o conteúdo complexo, sendo que o órgão não chegou a atuar nas fases anteriores do caso.

Em sua decisão o magistrado pontuou reconhecer demora excessiva para o desfecho do crime, já que o trâmite pelos tribunais superiores, até chegar ao Supremo Tribunal Federal (STF), impediu o agendamento da data de julgamento por 17 anos, mas que pela alegação do MPGO “não resta outra alternativa a não ser o adiamento”.

Exame de DNA

Jesseir Coelho negou solicitação da defesa quanto à realização de exame de DNA em material genético que deveria ser fornecido pelos réus e também por Maria da Rocha Taleone, com objetivo de comparação com material genético impregnado no cartão bancário da empresária. O magistrado argumentou que não era necessária a realização do exame, visto que as Varas de Crimes Dolosos contra a Vida não vislumbraram tal necessidade.

O caso 

Martha Cosac e Henrique Talone foram mortos a facadas no dia 7 de outubro de 1996, no interior da confecção “Última Página”, de propriedade de Martha, no Setor Sul.

Segundo a denúncia do MPGO, Frederico da Rocha Talone, sobrinho de Martha, e Alessandri da Rocha Almeida teriam cometido o crime e em seguida roubaram um cheque preenchido, assinado e endossado por Martha, no valor de R$ 1,5 mil, a carteira de identidade, cartões de crédito e de banco dela, aparelho de som, joias e dinheiro.

Frederico era empregado de Martha, responsável por serviços de contabilidade da empresa, e tinha acesso à senha pessoal da conta dela. De acordo com a denúncia, no dia do crime Martha havia chegado de uma viagem e telefonado para Frederico, pedindo que ele fosse à confecção no dia seguinte para lhe entregar cheques de terceiros que estavam com ele.

De acordo com o MP, Frederico e Alessandri foram à confecção no mesmo dia, por volta das 23 horas. Martha abriu o portão de sua residência – onde também funcionava a confecção -, os dois entraram, aplicaram-lhe golpes em regiões vitais do corpo, amarraram-lhe as mãos e os pés e, em seguida, a esfaquearam. Henrique Talone, sobrinho de Martha, foi morto em seguida por ter presenciado o crime.