Jovens são alvo do Dia Mundial de luta contra a Aids em Goiás
01 dezembro 2014 às 10h15
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Dados da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) revelam que, em 2013, foram diagnosticados 458 casos, sendo que 109 (24%) foram de jovens entre 15 e 24 anos
Nesta segunda-feira (1º) é celebrado o Dia Mundial de Luta contra a Aids. Em Goiás, ações para marcar a data estão sendo voltadas para a população jovem. Segundo o Ministério da Saúde, de 2006 para cá houve um aumento de 53% no número de infecções de jovens entre 15 e 24 anos pelo vírus da imunodeficiência humana, o VIH ou HIV. Dados da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) revelam que, em 2013, foram diagnosticados 458 casos, sendo que 109 (24%) são de jovens nesta faixa etária.
No Parque Vaca Brava, no Setor Bueno, a prefeitura de Goiânia com apoio da coordenação estadual de DST/Aids da Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO), Conselho Estadual de Enfermagem de Goiás (Coren-GO) e Organizações Não-Governamentais realizam evento para conscientizar sobre o uso do preservativo — método mais eficaz para se prevenir contra as doenças sexualmente transmissíveis.
A diretora de vigilância em saúde da SMS, Fluvia Amorim, disse ao Jornal Opção Online que durante todo o dia estão sendo realizados testes rápidos, que a partir da coleta de uma gota de sangue da ponta do dedo, detectam o HIV no organismo. “Além disso, estamos lançando a profilaxia de acidente sexual [PEP], onde a pessoa em situação de risco, que transou sem preservativo nas últimas 24 horas, pode procurar um Cais. Na unidade de saúde, serão atendidas e receberão um tratamento de 28 dias para evitar o possível contágio do vírus”, afirmou.
Já em Aparecida de Goiânia, a coordenação de DST, Aids e Hepatites Virais de Aparecida de Goiânia entregou à população o Centro de Testagem e Aconselhamento Itinerante (ônibus).
A doença
A Aids é uma doença que ataca o sistema imunológico devido à destruição dos glóbulos brancos (linfócitos T CD4+) e representa um dos maiores problemas de saúde da atualidade, em função do seu caráter pandêmico e de sua gravidade. De acordo com a chefe da Divisão de Agravos Transmissíveis Crônicos da SMS, Ana Cecília Coelho, a infecção é considerada um problema de saúde pública no País e tem aumentado na população com mais de 20 anos. “Apesar do jovem receber muita informação sobre a prevenção do HIV/Aids, há uma despreocupação com relação ao contágio, já que o tratamento avançou muito em relação à doença”, explica.
Em junho do ano passado, G.T., de 22 anos, descobriu, após testagem no Centro de Referência em Diagnóstico e Terapêutica, que era portador do vírus. “Quando recebi o resultado do exame vivi um pesadelo, não estava pronto para lidar com a notícia. Como seria minha vida?”, disse, relembrando da época.
Atualmente, a cada dois meses o jovem sai de sua casa no Setor Nova Suíça, e segue para o Centro, localizado na Av. Contorno, no Setor Norte Ferroviário. Lá, recebe, sem qualquer custo, o coquetel — conjunto de medicamentos antirretrovirais que impedem a multiplicação do vírus no organismo.
Recentemente, G.T. faz parte de uma rede de jovens que aconselha novos portadores da doença e discute em palestras o uso do preservativo. “É a forma mais segura de prevenir a infecção. As pessoas devem usar camisinha em toda e qualquer relação sexual, independente da orientação e do grau de confiança”, salienta.