Josley, goiano dono da JBS, teve encontro com Trump antes de aceno a Lula

25 setembro 2025 às 15h17

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O empresário goiano Joesley Batista, um dos controladores da JBS, foi recebido em audiência pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em encontro realizado há cerca de três semanas na Casa Branca. Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, o diálogo ocorreu antes do aceno público feito pelo republicano ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante a Assembleia-Geral da ONU, quando afirmou ter havido “química” entre os dois líderes.
Na reunião, Joesley tratou principalmente do tarifaço de 50% aplicado pelo governo norte-americano sobre a carne bovina brasileira, medida que afeta diretamente o setor. Outro ponto discutido foi a importação de celulose, produto que já havia recebido alívio tarifário em ordem executiva publicada por Trump em 5 de setembro, reduzindo em 10% o imposto aplicado sobre o item.
Interlocutores afirmam que o empresário defendeu a solução das diferenças comerciais por meio de diálogo entre os dois governos, buscando aproximar os países pela via econômica.
A agenda de Joesley integra uma movimentação mais ampla de grandes empresários brasileiros para fortalecer pontes com a gestão Trump. Nas últimas semanas, nomes como João Camargo, presidente do conselho da Esfera Brasil, e Carlos Sanchez, da EMS, também estiveram em Washington em encontros com parlamentares republicanos e membros da equipe da Casa Branca, como Susie Wiles, chefe de gabinete do presidente.
Na mesma linha, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) manteve reuniões com o vice-secretário de Estado, Christopher Landau, além de representantes do Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR) e do Departamento de Comércio.
A JBS mantém canais abertos com o governo Trump desde a posse do republicano. A Pilgrim’s Pride, marca do grupo, fez a maior doação individual de uma empresa para a cerimônia de posse, no valor de US$ 5 milhões. Atualmente, quase um em cada seis frangos consumidos nos EUA é produzido pela Pilgrim’s, de acordo com a própria companhia.
Apesar da pressão tarifária sobre a carne bovina, fontes do setor avaliam que há espaço para avanços e que o produto pode vir a ser incluído na lista de isenções do tarifaço. A retirada da taxa sobre a celulose já é vista como um gesto positivo em meio às negociações.
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