“José Eliton será o grande vencedor das eleições de 2018, pode ter certeza”, opina especialista
07 outubro 2017 às 09h55

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A um ano das próximas eleições, marqueteiro Bruno Netto aposta que melhora na economia, Goiás na Frente e base forte elegerão o atual vice-governador

A um ano das eleições de 2018, o cenário da disputa pelo Governo de Goiás já está bem delineado. O candidato da base à sucessão do governador Marconi Perillo (PSDB), que chega ao fim do seu segundo mandado e não pode mais concorrer, muito dificilmente não será seu vice, José Eliton (PSDB). Por outro lado, para enfrentá-lo, deverão entrar em campo o senador Ronaldo Caiado (DEM) e o deputado federal Daniel Vilela (PMDB).
Os dois nomes da oposição tentam costurar um apoio para vencer a máquina estatal e, hoje, uma das das grandes discussões sobre o pleito do ano que vem é se, sem o PMDB, Caiado teria interesse em seguir na disputa. Para o especialista em marketing político Bruno Netto, a resposta é sim. Na opinião dele, a candidatura do senador tem um componente sentimental.

“É o ímpeto de ver ali uma oportunidade, sem se importar se ganha ou não. Duvido que ele não vá disputar, até porque o próprio partido nacionalmente gostaria de um candidato expressivo aqui”, opinou ele. E mesmo se saírem separados, lembra, PMDB e DEM devem se unir em um eventual segundo turno.
Bruno também acredita que as chances de o PMDB deixar de lançar candidato próprio para apoiar Caiado é praticamente nula. Ele lembra que o partido tem uma história e uma base muito grande no estado e inclusive já houve um movimento contrário a uma possível entrada do senador na legenda. Se não conseguir viabilizar Daniel, para ele, o PMDB vai preferir lançar, por exemplo, o ex-prefeito de Aparecida de Goiânia e ex-governador Maguito Vilela.
Mesmo se saírem unidos, entretanto, a aposta de Bruno é que José Eliton vencerá o pleito, porque terá o legado do governo estadual para explorar. “O Goiás na Frente é uma benção, o Marconi está começando as obras agora, então no ano que vem já vai estar entregando algumas. José Eliton será o grande vencedor das eleições de 2018, pode ter certeza”, declarou ele.
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Além disso, apesar do pessimismo em relação à economia, ela deve dar sinais de recuperação e apresentar um crescimento, mesmo que tímido, com melhora dos níveis de desemprego. “Daniel poderia aproveitar isso por causa do PMDB, mas a gente tem que lembrar que o governo federal tem muito desgaste. O José Eliton vai aproveitar isso melhor, porque o estado está indo bem.”
A base montada por Marconi é outro ponto positivo a favor de José Eliton. “É muito forte, muito grande, eu nunca vi uma maioria tão brutal quanto a que foi construída aqui”, reconheceu ele.
Bruno também avalia que, se por um lado, Marconi vai ajudar José Eliton, o prefeito da capital, Iris Rezende, pode prejudicar Daniel. “Do jeito que vai a gestão do Iris, vai ser um prato cheio para propaganda eleitoral adversária”, pontuou ele.
Desempenho do Caiado
Embora o senador do DEM lidere as pesquisas de intenção de voto feitas até agora, Bruno acredita que a empolgação com ele não vai durar. “Aposto que ele vai ter uns 200 mil votos. Em 2014, ele começou com uma distância muito grande do Vilmar e terminou com bem menos”, lembrou.
O perfil aguerrido de Caiado, embora atraia público, não vai ser capaz de manter o fôlego dele, opina Bruno. “Quando entra no dia a dia da campanha, isso se perde, começa a ficar monotemático e as pessoas não querem ver só briga. Essa percepção de que ele é combatente está muito enraizada na região metropolitana, no interior as pessoas o veem de forma diferente.”
Aliança PMDB-PT
Apesar do traumático rompimento nacional no ano passado, às vésperas do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), PT e PMDB avaliam a possibilidade de retomar a aliança em Goiás com Daniel Vilela para governador e o vereador e ex-prefeito de Anápolis Antonio Gomide (PT) como vice. Para Bruno, entretanto, apesar de possível, essa chapa não deve se concretizar.
“Eu não vejo o PT de Goiás com muito a oferecer para essa aliança, talvez se o PMDB fizer uma pesquisa, vai ver que é pior fazer aliança com eles”, opinou. O fato de os dois partidos estarem em campos opostos nacionalmente, com o presidente Michel Temer (PMDB) aprovando reformas com as quais os petistas e sua militância não concordam, também pode interferir.
“Os DNAs deles já eram estranhos um ao outro quando eles começaram a se juntar lá no início. O PT tem um perfil que caminha muito distante das pessoas do PMDB e talvez esse tenha sido o grande pecado do partido. Eu acho que tem um impacto, principalmente entre a militância do PT”, disse.