Justiça francesa teria encontrado elementos que mostram que empresário brasileiro ligado a Sérgio Cabral teria depositado US$ 1,5 mi para filho de membro do COI

Pira Olímpica acesa na Candelária durante Olimpíada Rio 2016 | Foto: Ivo Lima / ME

A justiça francesa tem evidências concretas de que a eleição que escolheu o Rio de Janeiro como sede da Olimpíada de 2016 teve votos comprados. A informação é do jornal francês Le Monde que, na edição desta sexta-feira (3/3), apontou um caso de corrupção durante o processo. Desde dezembro de 2015, a justiça francesa investiga o caso.

De acordo com a publicação, um empresário brasileiro que teria ligações com o então governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), teria transferido 1,5 milhão de dólares para a empresa do filho de Lamine Diack, à época presidente da Associação Internacional das Federações de Atletismo, três dias antes da votação que elegeu o Rio como cidade-sede dos Jogos Olímpicos 2016.

O Rio de Janeiro ganhou a oportunidade de sedias os jogos em 2009, após vencer Madri, Tóquio e Chicago na competição. A decisão final foi feita entre a cidade brasileira e a espanhola, numa votação que ficou em 66 contra 32.

Ao Le Monde, o diretor de Comunicação da Rio 2016, Mário Andrada, afirmou que não houve compra de votos. “As eleições foram limpas. O Rio venceu por 66 votos contra 32, foi uma vitória clara”, defendeu.

Em nota, o Comitê Olímpico Internacional (COI) também se posicionou sobre a reportagem do Le Monde. O órgão disse ser parte no processo que corre na justiça francesa e afirmou que está comprometido em esclarecer a situação.

“Essa cooperação já levou ao fato de que o Sr. Lamine Diack, que era membro honorário do COI, não ocupa nenhuma função (no órgão) desde novembro de 2015. O COI vai entrar em contato com as autoridades judiciais francesas novamente para receber as informações nas quais a reportagem do Le Monde parece se basear”, disse o comitê. (Informações do Le Monde e da Agência Brasil)