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Em 1994, Hollywood testemunhou um daqueles momentos em que o cinema decide virar de ponta-cabeça a vida de um ator. John Travolta, então em fase de declínio após sucessos marcantes nos anos 1970 e 1980, encontrou no icônico Pulp Fiction, de Quentin Tarantino, a redenção artística que poucos poderiam prever. Na pele do gângster Vincent Vega, Travolta não apenas roubou cenas, mas reconquistou prestígio, respeito e indicações a prêmios que pareciam distantes. Foi a virada de chave que colocou seu nome novamente na prateleira principal da indústria.

Até chegar a 1994, o astro já havia vivido uma montanha-russa. Após se tornar símbolo pop em Os Embalos de Sábado à Noite (1977) e Grease – Nos Tempos da Brilhantina (1978), Travolta enfrentou um período irregular, marcado por escolhas de filmes que não empolgaram a crítica e tampouco o público. A década de 1980 terminou com a sensação de que seu brilho havia se apagado.

Mas Pulp Fiction devolveu a Travolta não só status, mas também uma série de oportunidades: vieram A Outra Face (1997), com Nicolas Cage, e A Senha: Swordfish (2001), além de papéis que mostraram sua versatilidade e carisma, mesmo quando os roteiros não ajudavam.

Hoje, passados mais de 30 anos daquele divisor de águas, o ator volta a ser notícia, mas não da forma mais positiva. Seu último trabalho, Transação Perigosa 2, continuação de um thriller pouco lembrado, chegou aos cinemas sem causar impacto. A bilheteria decepcionante e as críticas mornas reforçam a ideia de que Travolta atravessa novamente uma fase difícil na carreira — algo que, de certa forma, parece cíclico em sua trajetória.

Ainda assim, John Travolta permanece como uma figura curiosa da cultura pop. É um ator que já provou ter fôlego para se reinventar e que, vez ou outra, surpreende com boas escolhas. Talvez Transação Perigosa 2 seja apenas mais um tropeço no longo caminho de altos e baixos que marcam sua filmografia.

Em 1994, poucos acreditavam que ele seria capaz de ressurgir. E ele ressurgiu. O público que vibrou com Vincent Vega sabe que, quando menos se espera, Travolta pode voltar a dançar no centro do palco — com ou sem uma trilha sonora dos Bee Gees.

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