Segundo advogados, empresário goiano que gravou conversa com o presidente Michel Temer (PMDB) deve ficar em silêncio durante oitiva no Senado

Joesley Batista está preso desde setembro por determinação do STF | Rovena Rosa/Agência Brasil)

O empresário goiano Joesley Batista, dono da empresa J&F, foi convocado para depor em duas comissões parlamentares de inquérito na próxima terça-feira (28/11), às 9h. Preso desde setembro por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), Batista deve falar a senadores e deputados da CPI do BNDES e da CPMI da JBS.

Joesley e o irmão Wesley, também preso, teriam mentido e omitido informações no acordo de delação premiada firmado com a Procuradoria-Geral da República. O ministro do Luiz Edson Fachin, do STF, suspendeu os benefícios do acordo.

Em ofício encaminhado à CPMI da JBS na última quarta-feira (22), os advogados de Joesley Batista indicam que ele deve permanecer calado durante a reunião. Os defensores do empresário lembram que outras três pessoas convocadas para depor à comissão já ficaram em silêncio: Wesley Batista, o advogado Francisco de Assis e Silva e o ex-executivo da J&F Ricardo Saud.

“O exercício do direito ao silêncio é a clara posição a ser tomada diante da atual situação jurídica dos acordos de colaboração premiada. A decisão de manter a oitiva do ora requerente poderá acarretar elevados e desnecessários gastos públicos pela quarta vez”, argumentam os advogados de Joesley Batista.