Ex-presidente admitiu conversas com Rede e PSB e lembrou já estar afastado de funções públicas há três anos, mas confessou achar “difícil” tomar decisão

Para ex-presidente do STF, decisão sobre eventual sucessão de Temer deve ser do povo, mesmo que se precise mudar a Constituição | Foto: Carlos Humberto/ STF

Em entrevista na última quarta-feira (7/6) o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, admitiu a possibilidade de disputar a Presidência da República em 2018. A possibilidade de ele ser candidato é levantada desde que ele se tornou nacionalmente reconhecido após o julgamento do Mensalão, que revelou esquema de pagamento de propina para que congressistas votassem a favor de projetos do governo Lula (PT).

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Questionado sobre o assunto depois de solenidade no STF em que seu retrato como ex-presidente da Suprema Corte foi descortinado, ele afirmou não descartar a possibilidade, mas disse considerar uma decisão “difícil”. Barbosa lembrou que já está há três anos afastado de qualquer função pública, desde que se aposentou e deixou o STF, e que agora está livre para uma eventual disputa.

“Só que eu sou muito hesitante em relação a isso. Não sei se decidirei positivamente neste sentido”, afirmou ele. O ex-presidente do STF também admitiu já ter conversado com lideranças partidárias, inclusive com a ex-senadora Marina Silva (Rede) e com o PSB. “Já conversei com líderes de partidos políticos, dois ou três. Até mesmo quando estava no Supremo fui sondado, sondagens superficiais”, contou.

Na entrevista, Barbosa também defendeu eleições diretas para uma eventual sucessão de Michel Temer (PMDB). “Eu não vejo tabu de modificar a Constituição em situação emergencial como esta para se dar a palavra ao povo. Em democracia, isso é o que é feito. A decisão correta é essa: convocar o povo”, opinou, acrescentando que, na sua opinião, medida semelhante deveria ter sido tomada quando a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) sofreu impeachment.